O Problema do Carnaval: Da Despedida à Exaltação da Carne.

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“Amados, peço a vocês, como peregrinos e forasteiros que são, que se abstenham das paixões carnais, que fazem guerra contra a alma.” (1 Pedro 2:11)

O que você sabe sobre o carnaval? O nome vem de “adeus à carne”? No cristianismo ocidental, era um festival antes da Quaresma, um tempo para deixar os excessos — comida, bebida, diversão — e se preparar para os jejuns e as devoções ao Cristo sofredor. Nos países protestantes, esse festival acontece na última semana antes do Advento, tempo que prepara as comemorações do Natal do Senhor Jesus. Com o passar do tempo, o carnaval foi perdendo a sua conexão com o cristianismo. A ideia era nobre: ​​despedir-se do mundano para focar no espiritual. Hoje, o carnaval é o reinado de Momo, um personagem da mitologia grega que simboliza a zombaria e o caos. O que era para ser um distanciamento da carne, tornou-se uma celebração da carnalidade.

Com o tempo, a festa perdeu sua raiz cristã e abraçou o mundanismo sem pudor. Homens se vestem de mulheres, mulheres brincam com bigodes, autoridades viram caricaturas em marchinhas debochadas. A sexualidade, presente de Deus, é distorcida em pornografia barata, exibida sob aplausos. Bebidas e drogas são distribuídas com pouca ou nenhuma restrição, a depender de onde se está. Não é mais uma despedida; é uma celebração das “paixões carnais” que Pedro alerta em 1 Pedro 2:11 — paixões que guerreiam contra nossa alma. Homens e mulheres feitos à imagem de Deus, para existirem n’Ele, amá-lo e desfrutar de sua graça, se agarram fortemente ao pecado e à morte eterna. Paulo, em 1 Tessalonicenses 4:3-5, é claro: Deus quer nossa santificação, não a nossa rebeldia pecaminosa.

João Calvino, em sua obra As Institutas, disse que o pecado nos cega, mas a graça nos abre os olhos para a verdadeira alegria. Já Agostinho, um pai da Igreja respeitado por reformados e católicos, registrou em sua obra Confissões: “Nosso coração está inquieto até que repouse em Ti”. O carnaval oferece um prazer que acaba na quarta-feira de cinzas; Cristo dá uma paz que dura para sempre.

Pense nisso como uma escolha entre duas festas. C. S. Lewis, em Cristianismo Puro e Simples , comparava os prazeres mundanos a brincar na lama quando Deus nos convida para um banquete celestial. O carnaval zomba do que é santo, inverte papéis, ridiculariza a ordem de Deus. Mas nós, “peregrinos e forasteiros”, somos chamados a viver diferente. Paulo teme, em 2 Coríntios 11:3, que nossa mente seja corrompida, afastando-nos da simplicidade de Cristo. O problema do carnaval não é só uma festa; é o que ela representa: um mundo que troca o eterno pelo passageiro.

Não se trata de julgar quem festeja, mas de viver como luz em meio a escuridão. Abstenha-se — não por arrogância, mas por amor a Deus. Converse com um amigo sobre a verdadeira alegria em Cristo. Seja intencional: faça uma “aliança com seus sentidos”, como diz o texto, e busque o que é puro. Pedro nos chama a ter uma conduta exemplar (1 Pedro 2:12), para que outros vejam nossas obras e glorifiquem a Deus. Lembre-se do sentido original desta festa e fortaleça seu espirito para lutar contra o pecado, aquele que diferentemente do carnaval, não é publico mas restrito ao nosso interior, diga “adeus à carne” de verdade, focando na salvação que Jesus conquistou?

Senhor amado, obrigado por me chamar para ser Teu peregrino em um mundo de folia. Perdoa-me por vezes que me deixei atrapalhar pelo carnaval. Dá-me um coração puro e força para me abster das paixões carnais. Que minha vida reflita Tua santidade e aponte outros para Ti. Peço por aqueles que festejam — que Teu amor os alcance e os traga à verdadeira festa em Cristo. Em Teu nome, amém.

Somente Cristo!

Pr. Reginaldo Soares.

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