2 Timóteo 4:8. “Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos quantos amam a sua vinda.”
O Fim Principal e a Tensão Presente
A tensão entre o propósito eterno e a realidade temporal. O que acontece depois da morte não é apenas curiosidade teológica, mas a questão que define toda nossa existência presente. Vivemos numa tensão constante: fomos criados para glorificar a Deus e gozá-lo para sempre, conforme ensina o Breve Catecismo de Westminster, mas enfrentamos diariamente barreiras que obscurecem essa experiência. O pecado em nós e ao nosso redor cria um abismo entre o que fomos destinados a ser e o que somos agora.
“A morte não é o oposto da vida, mas uma parte dela.” Haruki Murakami, Madeira Norueguesa, Objetiva, 2008, 296 páginas.
Esta tensão existencial nos consome. Ansiamos por algo que transcende o temporal, mas permanecemos presos às limitações desta era presente. Paulo compreendeu profundamente esta tensão ao contemplar sua morte iminente, sabendo que uma coroa de justiça o aguardava.
Alegria Sem Obstáculos na Eternidade
A consumação da glória de Deus através da alegria perfeita. John Piper frequentemente declara que “Deus é mais glorificado em nós quando estamos mais satisfeitos nele”, unindo assim os dois aspectos do fim principal do homem numa única realidade. No paraíso, esta verdade encontrará sua expressão plena e ininterrupta. Paulo antecipa esta realidade ao escrever sobre a coroa da justiça que lhe está guardada – não como recompensa por mérito próprio, mas como o auge da obra redentora de Cristo.
A eternidade não será meramente uma extensão infinita do tempo, mas uma qualidade completamente nova de existência. Nas infinitas eras vindouras, experimentaremos alegria em Deus sem os obstáculos que agora nos afligem: morte, doença, dor, choro, calamidades e, supremamente, o pecado interno e externo. Mais que ausência de sofrimento, haverá “perfeita abundância de novas e criativas gratificações (recompensas)” para expressarmos nossa alegria em Cristo.
“A história da Igreja é a história de homens e mulheres que, mesmo em meio às tribulações mais severas, mantiveram viva a esperança da eternidade. Os mártires não morreram apenas por doutrinas, mas pela certeza de uma realidade futura que transformaria para sempre sua condição presente.” Justo L. González, Uma História do Pensamento Cristão, Cultura Cristã, 2004, 1.528 páginas.
Cristo como Centro da Esperança Eterna
A suficiência de Cristo para a consumação escatológica. O paraíso não é abstração filosófica, mas realidade centrada em Cristo. Será “vida eterna de alegria e plena satisfação em Deus”. Esta esperança transforma nossa perspectiva sobre a morte, não como fim, mas como portal para a consumação de nossa verdadeira identidade em Cristo.
A condição para esta bendita eternidade permanece cristocêntrica: “Se você está em Cristo… se você confia em Cristo”. O paraíso não é direito universal, mas herança daqueles unidos a Cristo pela fé. Nossa cidadania eterna na Nova Jerusalém fundamenta-se inteiramente na justiça imputada de Cristo, simbolizada pela coroa que Paulo aguardava.
E agora, como viveremos?
Esta verdade sobre o paraíso deve revolucionar nossa vida presente.
- Enfrentemos a morte sem desespero, sabendo que ela é porta de entrada para alegria infinita em Cristo.
- Cultivemos já agora a satisfação em Deus como antecipação da eternidade, buscando glorificá-lo através de nossa alegria nele.
- Evangelizemos com urgência, sabendo que o destino eterno das pessoas depende de sua união com Cristo.
- Suportemos as aflições temporais com esperança, lembrando que são leves momentâneas comparadas à glória eterna.
- Vivamos como cidadãos do céu, demonstrando através de nosso caráter e conduta que nossa verdadeira pátria é celestial.
Oremos
Pai celeste, te agradecemos pela esperança gloriosa do paraíso em Cristo Jesus. Fortalece nossa fé para vivermos como cidadãos do céu, encontrando nossa máxima satisfação em ti. Que nossa alegria presente em Cristo seja prenúncio da alegria eterna que nos aguarda. Em nome de Jesus. Amém.
Perguntas para Reflexão
- Como a certeza do paraíso deve afetar nossa maneira de enfrentar as dificuldades presentes da vida cristã?
- De que formas práticas podemos cultivar hoje a satisfação em Deus que experimentaremos plenamente na eternidade?
- Como podemos usar nossa esperança escatológica para consolar outros cristãos em momentos de luto e sofrimento?
Somente Cristo! Pr. Reginaldo Soares.
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Meu chamado para o ministério pastoral veio em 1994, sendo encaminhado ao conselho da Igreja Presbiteriana (IPB) em Queimados e em seguida ao Presbitério de Queimados (PRQM). Iniciei meus estudos no ano seguinte, concluindo-os em 1999. A ordenação para o ministério pastoral veio em 25 de junho de 2000, quando assumi pastoreio na IPB Inconfidência (2000-2003) e da IPB Austin (2002-2003). Desde de 2004 tenho servido como pastor na Igreja Presbiteriana em Engenheiro Pedreira (IPEP), onde sigo conduzido esse amado rebanho pela graça de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Sou casado há 22 anos com Alexsandra, minha querida esposa, sou pai de Lisandra e Samantha, preciosas bênçãos de Deus em nossas vidas. Me formei no Seminário Teológico Presbiteriano Ashbel Green Simonton, no Rio de Janeiro, e consegui posteriormente a validação acadêmica pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Pela bondade de nosso Senhor, seguimos compartilhando fé, amor e buscando a cada dia crescimento espiritual. Somente Cristo!