Quinto mandamento – “Honra teu pai e tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o SENHOR, teu Deus, te dá.” Êxodo 20:12.
Em uma sociedade que reverencia a juventude e despreza a maturidade, o quinto mandamento soa como um contra-cultural chamado divino. Como o pequeno Calvin, da tirinha cômica, muitos sonham com uma vida livre das “regras paternas”, buscando ser “mestres do próprio destino”, longe daqueles que exercem autoridade e cuidado sobre eles.
Nossa cultura transformou o envelhecimento em algo a ser temido e combatido a todo custo. Gastamos fortunas com procedimentos cosméticos que poderiam alimentar milhões de crianças famintas, tudo em nome da eterna juventude. Como observou João Calvino em seu leito de morte: “Que os jovens continuem a ser modestos, sem o desejo de se colocarem em evidência demais; pois há sempre um caráter jactancioso em pessoas jovens… que se apressam em desdenhar dos outros”.
O que significa, então, honrar nossos pais em um mundo que celebra a rebeldia contra a autoridade? O Breve Catecismo de Westminster nos esclarece que o quinto mandamento “exige a preservação da honra e o desempenho dos deveres pertencentes a cada um em suas diferentes condições e relações”. Este mandamento vai além da relação com os pais – ele fundamenta toda nossa capacidade de amar o próximo.
Mas a questão se complica quando pensamos em pais que agiram de modo desonroso. Um filho pode perguntar de maneira honesta: “Como eu deveria honrar meu pai depois de tudo que ele fez?” Contudo, a Escritura não apresenta cláusulas de exceção. Jesus repreendeu severamente os fariseus que tentaram criar brechas neste mandamento: “E, assim, invalidastes a palavra de Deus, por causa da vossa tradição” (Mateus 15:6).
“Nós devemos ser os filhos que Deus diz que devemos ser, mesmo que nossos pais não tenham sido os pais que Deus diz que eles deveriam ter sido.” Mas o que isso quer dizer na prática: 1- Existem pessoas que são incapazes de manter uma convivência respeitosa, então torna-se necessário manter um mínimo de distanciamento para evitar o conflito. 2- O cuidado de nossos pais sempre será nossa responsabilidade e devemos fazer isso movidos pelo mesmo amor que recebemos de Cristo. Como R.C. Sproul frequentemente destacava, “Honrar não significa aprovar comportamentos pecaminosos, mas reconhecer a posição que Deus conferiu aos nossos pais em nossa vida”. Se Pedro pôde instruir os cristãos a honrarem até mesmo o imperador Nero (1 Pedro 2:17), certamente o mandamento de honrar os pais permanece válido mesmo em situações difíceis.
A boa notícia é que não estamos sozinhos nesta jornada. Temos em Jesus o exemplo perfeito de honra. No Getsêmani, enfrentando a perspectiva da cruz, ele orou: “Meu Pai, se possível, passe de mim este cálice! Todavia, não seja como eu quero, e sim como tu queres” (Mateus 26:39). Cristo honrou perfeitamente seu Pai, mesmo quando isso lhe custou tudo.
Você precisa examinar como tem honrado seus pais e outras autoridades em sua vida. Não se trata apenas de obedecer quando concordamos ou quando eles merecem, mas de adotar uma postura de respeito que reflete nossa honra a Deus. Como John Piper destaca: “Honrar pais imperfeitos é um dos maiores testemunhos do poder transformador do evangelho em nossa vida”. Que atitude prática você pode tomar hoje para demonstrar honra a seus pais ou figuras de autoridade, mesmo que isso signifique perdoar feridas profundas ou reconhecer o valor deles apesar de suas falhas? Ao honrarmos nossos pais terrenos, honramos nosso Pai celestial, que nos concede, por meio de Cristo, a graça para cumprir este mandamento.
Senhor, reconhecemos que muitas vezes temos falhado em honrar aqueles que colocaste como autoridade em nossas vidas. Perdoa-nos pelas vezes em que, desejamos fugir das “regras paternas” para sermos senhores do nosso próprio destino. Agradecemos pelo exemplo perfeito de Jesus, que honrou perfeitamente a Ti, mesmo quando isso significou enfrentar a cruz. Concede-nos, pelo Teu Espírito, a graça de honrar nossos pais e aqueles em posição de autoridade, não porque sejam perfeitos, mas porque Tu nos chama a isso. Ajuda-nos a refletir Teu caráter em nossas relações. Em nome de Jesus, que perfeitamente cumpriu toda justiça, amém.
Somente Cristo!
Pr. Reginaldo Soares.
Meu chamado para o ministério pastoral veio em 1994, sendo encaminhado ao conselho da Igreja Presbiteriana (IPB) em Queimados e em seguida ao Presbitério de Queimados (PRQM). Iniciei meus estudos no ano seguinte, concluindo-os em 1999. A ordenação para o ministério pastoral veio em 25 de junho de 2000, quando assumi pastoreio na IPB Inconfidência (2000-2003) e da IPB Austin (2002-2003). Desde de 2004 tenho servido como pastor na Igreja Presbiteriana em Engenheiro Pedreira (IPEP), onde sigo conduzido esse amado rebanho pela graça de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Sou casado há 22 anos com Alexsandra, minha querida esposa, sou pai de Lisandra e Samantha, preciosas bênçãos de Deus em nossas vidas. Me formei no Seminário Teológico Presbiteriano Ashbel Green Simonton, no Rio de Janeiro, e consegui posteriormente a validação acadêmica pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Pela bondade de nosso Senhor, seguimos compartilhando fé, amor e buscando a cada dia crescimento espiritual. Somente Cristo!
