Quinto mandamento – “Honra teu pai e tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o SENHOR, teu Deus, te dá.” Êxodo 20:12.
Quando Deus entregou os Dez Mandamentos no Monte Sinai, Ele incluiu um comando especial sobre a relação familiar que serve como ponte entre nossos deveres para com Deus e nossos deveres para com o próximo. O quinto princípio não é uma mera sugestão ou um ideal cultural ultrapassado — é um fundamento divino para a estabilidade da sociedade humana. Como João Calvino comentou: “A sociedade humana não pode ser mantida em sua integridade a não ser que as crianças se submetam modestamente a seus pais e a menos que aqueles que têm autoridade sobre outros pela ordenança de Deus sejam igualmente honrados.” Esta não é uma questão de mera formalidade externa, mas um chamado à piedade genuíno.
O que significa honrar verdadeiramente nossos pais? Podemos resumir em três aspectos fundamentais: considerá-los com reverência, obedecer às suas orientações e retribuir seus cuidados através de ações amorosas. Estes princípios vão muito além da infância e se estendem por toda a vida adulta, assumindo diferentes formas conforme as estações da vida. Quando desonramos nossos pais, não estamos apenas ferindo um relacionamento humano — estamos, na verdade, desonrando ao próprio Deus. Como ensina Timothy Keller: “Honrar os pais é uma forma tangível de honrar a Deus, pois eles são Seus representantes designados em nossa vida.” O nome “Pai” é sagrado e foi transferido aos humanos pela espera especial do Criador.
Aqui encontramos um princípio revolucionário: a dignidade dos pais não depende de seu mérito pessoal. Ainda que um pai ou mãe seja imperfeito ou até falhos em seus deveres, seu direito à honra permanece, pois essa posição atribuída foi concedida por Deus. Como RC Sproul costumava dizer: “O quinto mandamento não diz ‘honra teus pais se eles merecerem’.” Certamente, a conformidade aos pais tem limites adequados. O poder paterno está subordinado à autoridade suprema de Deus. Jonathan Edwards esclarece: “Os pais governam seus filhos somente sob a suprema autoridade de Deus”. Quando as orientações dos pais contradizem claramente as Escrituras, nossa obediência primeira é a Deus. Na maturidade, a honra assume a forma de cuidado. Tornamo-nos diligentes em nossos deveres para aqueles que nos alcançam, retribuindo com gratidão o investimento feito em nossas vidas.
Como você tem honrado seus pais? Não importa sua idade ou circunstância familiar, esta permanência permanece relevante. Se seus pais ainda vivem, busque maneiras práticas de demonstrar-lhes honra — uma ligação, uma visita, um abraço, uma boa conversa, palavras de gratidão ou assistência em necessidades concretas. Se já partiram, honra sua memória e os valores que lhe transmitiram. Para aqueles com relacionamentos familiares difíceis, o desafio é ainda maior. Como John Piper ensina: “Honrar não significa aprovar tudo o que fez, mas considerar sua posição providencial em nossa história.” Peça a Deus sabedoria para honrar sem perpetuar ciclos de sofrimento. Lembre-se que a este princípio está anexado uma promessa: “para que se prolonguem os teus dias.” Uma sociedade que honra as gerações anteriores estabelece fundamentos para sua própria estabilidade e vitória.
Pai celestial, obrigado porque Tu estabeleceste a família como instituição fundamental para a sociedade. Reconheço que muitas vezes falho em honrar aqueles que Tu colocaste como meus pais. Perdoe-me pelas vezes em que os desonrei com palavras, atitudes ou negligência. Ajude-me a reconhecer que, ao honrá-los, estou honrando a Ti. Concede-me graça para demonstrar reverência, aprovação e cuidado amoroso. Sei que existem casos difíceis, onde existem feridas profundas, capacita-me pelo Teu Espírito a perdoar como fui perdoado em Cristo. Que meu exemplo de honra aos pais reflita o respeito que tenho por Ti, fonte de toda autoridade. Em nome de Jesus, que perfeitamente honrou Tua vontade até a cruz, amém.
Somente Cristo!
Pr. Reginaldo Soares.