O CAMINHO DA PUREZA (Parte I).

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Sétimo mandamento – “Não adulterarás.” ÊXODO 20:14.

O sétimo mandamento ressoa através dos séculos com uma mensagem clara que desafia nossa cultura contemporânea. Como o Breve Catecismo de Westminster sabiamente articula, este mandamento “exige a conservação da nossa própria castidade e do nosso próximo, no coração, nas palavras e no comportamento”. Não se trata apenas de evitar o adultério físico, mas de cultivar uma pureza que se conecta a todos os aspectos de nossa existência.

Em uma era onde certas expressões da sexualidade – outras consideradas tabus – são normalizadas e celebradas, nós seguimos a Cristo, enfrentamos o desafio de fidelidade à verdade enquanto demonstramos amor genuíno. Como Jonathan Edwards comentou, “a verdadeira religião, em grande parte, consiste em afeições sagradas”, e nossas afeições sexuais não são exceções – elas também devem ser santificadas.

Jesus, em Sua sabedoria divina, nos lembra que desde o princípio Deus “nos fez homem e mulher […], e tornaram-se os dois uma só carne” (Mateus 19:4-5). Esta declaração não é meramente descritiva, mas prescritiva – revelando o desenho divino para a sexualidade humana. O próprio Cristo, como explicou John Piper, “permaneceu um homem solteiro e celibatário por toda a vida” e ainda assim “aprovou o sexo na relação conjugal entre homem e mulher”.

A Escritura apresenta uma visão surpreendentemente positiva da sexualidade dentro do casamento. Como Herman Bavinck expressou eloquentemente, o sexo no casamento é “uma dádiva, um convite ao marido e à mulher para desfrutarem do Éden juntos – nus e livres de vergonha, íntimos e abraçados, expostos e sem nenhuma rejeição de um para com o outro”. No livro de Provérbios, o marido é convidado a encontrar satisfação no carinho e no corpo de sua esposa e igualmente a mulher no cuidado e no corpo de seu esposo, enquanto Cantares de Salomão celebra a beleza do desejo mútuo entre o casal.

Por que, então, a Escritura coloca limites tão claros à expressão sexual? 

Tim Keller oferece uma metáfora poderosa: o sexo é como o fogo – pode aquecer, confortar e purificar, mas, sem os devidos limites, pode queimar, infectar e destruir. Todos sofremos porque, sem a orientação de nosso Senhor, tomamos muitas decisões erradas e o engano pode nos conduzir à destruição: “Há caminho que ao homem parece direito”, adverte Provérbios 14:12, “mas ao cabo dá em caminhos de morte”.

E aqui reside nossa grande oportunidade como comunidade de fé: em vez de condenar meramente as expressões desordenadas da sexualidade na cultura, somos chamados a demonstrar a beleza radiante do caminho de Deus, um homem e uma mulher que se casam e encontram satisfação, prazer e amor nessa relação até a morte. Como nos lembra a escritora americana Madeleine L’Engle, “nós conduzimos pessoas a Cristo […] ao lhes mostrarmos uma luz tão encantadora que elas desejarão, de todo o coração, conhecer a sua fonte”.

Nossa missão não é primordialmente reformar a cultura, mas sermos transformados em uma comunidade que reflete fielmente a visão de Deus para a sexualidade humana. Como R. C. Sproul frequentemente enfatizava, “a santidade não é primeiramente uma questão do que evitamos, mas do que abraçamos” – abraçamos a beleza da castidade no celibato e a intimidade santa no casamento.

Comece uma reforma sexual dentro de sua própria vida e comunidade. Quando solteiro, honre o celibato como um chamado nobre e frutífero. Não corra desesperadamente atrás de um casamento porque existe certa pressão social dentro e fora da igreja, tudo tem o seu tempo. Reoriente seu foco para a união mística que Cristo mantém com sua Noiva, a igreja. Combata a pornografia, as conversas impuras e tudo que denigre a imagem de Deus. Quando casado, nutra um casamento que reflita o amor sacrificial, a fidelidade e a intimidade que nos são ensinadas na escritura.

É apenas quando nos tornamos uma “cidade edificada sobre um monte” que nossa luz realmente brilha. A proclamação sem demonstração é vazia. Mas quando vivemos a pureza que pregamos, o mundo não pode deixar de notar a beleza encantadora do caminho de Deus.

Eterno Deus, ensina-me o caminho da pureza verdadeira. Perdoe-me pelas vezes em que comprometi teus padrões elevados ou julguei outros sem examinar meu próprio coração. Transforma minha comunidade de fé em um testemunho vivo da beleza do teu desenho para a sexualidade humana. Que possamos ser luz em um mundo confuso, não apenas condenando, mas demonstrando uma alternativa tão radiante que outros desejarão conhecer sua fonte. No nome daquele que purifica nossa humanidade em todas as suas dimensões, amém.

Somente Cristo!

Pr. Reginaldo Soares.

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