Nosso encontro com Cristo é tanto uma realidade presente quanto uma esperança futura gloriosa.
14 de setembro de 2025

NOSSO ENCONTRO COM CRISTO

Por Reginaldo

2 Coríntios 5.6-8. “Temos, portanto, sempre bom ânimo, sabendo que, enquanto no corpo, estamos ausentes do Senhor; visto que andamos por fé e não pelo que vemos. Entretanto, estamos em plena confiança, preferindo deixar o corpo e habitar com o Senhor.”

Quando examinamos nosso encontro com Cristo, surge uma tensão profunda: experimentamos Sua presença aqui, mas almejamos algo maior. Paulo nos confronta com duas realidades aparentemente conflitantes – estar “ausentes do Senhor” no corpo, mas ter “plena confiança” em habitarmos com Ele. Como compreender essa tensão?

“A morte não é um salto no escuro, mas um passo em direção à luz.” — C.S. Lewis

A igreja primitiva enfrentava uma crise teológica sobre o destino dos mortos. Em Tessalônica, cristãos questionavam se aqueles que morreram antes da Parusia (segunda vinda de Jesus Cristo) teriam alguma desvantagem. Essa angústia refletia uma compreensão incompleta da natureza da união com Cristo – uma união que transcende as limitações temporais e físicas da existência terrena.

“A verdadeira medida de nossa vida não é sua duração, mas sua doação.” — Dietrich Bonhoeffer

A Continuidade da Comunhão

Paulo apresenta uma verdade revolucionária: nosso encontro com Cristo não é um evento futuro distante, mas uma realidade presente que se intensifica na morte. Em 2 Coríntios 5.8, ele revela sua “plena confiança” – não uma esperança vaga, mas uma certeza fundamentada na natureza da união mística com Cristo.

“Morrer é estar ‘longe do corpo e em casa com o Senhor’. Não há intervalo; não há sono inconsciente; não há purgatório.” — J.I. Packer

Em 1 Tessalonicenses 4.14-17, Paulo não contradiz essa verdade, mas a complementa. Quando declara que os mortos “ressuscitarão primeiro”, está abordando a ordem dos eventos escatológicos, não o estado intermediário. As almas que já habitam com Cristo receberão corpos glorificados antes que os vivos sejam transformados.

A distinção crucial reside entre comunhão espiritual imediata e consumação corporal futura. Nosso encontro com Cristo possui duas dimensões: a presente, caracterizada pela fé; e a escatológica, marcada pela visão clara do futuro em que Jesus voltará. Ambas são reais, mas a segunda representa a plenitude daquilo que já desfrutamos parcialmente.

“A morte do cristão é apenas o sono de um momento; é dormir em Jesus, é descansar nos braços do Salvador.” — Charles Spurgeon

Conclusão

A tensão inicial encontra resolução na compreensão de que nosso encontro com Cristo é tanto presente quanto progressivo. Não aguardamos um primeiro encontro, mas a consumação de uma comunhão já estabelecida. Cristo não nos receberá como estranhos, mas como aqueles que já O conhecem pela fé e agora O contemplarão face a face.

E agora, como viveremos?

Viver conscientemente de nosso encontro com Cristo transforma nossa perspectiva sobre vida e morte. Deixamos de temer a morte como separação e passamos a vê-la como culminação. Isso nos liberta do desespero diante da mortalidade e nos capacita a investir eternamente no Reino, sabendo que nossa união com Cristo é indissolúvel e nossa comunhão com Ele, ininterrupta.

Oremos

Senhor Jesus, Tu que és o mesmo ontem, hoje e eternamente, fortalece nossa fé na certeza de nosso encontro contigo. Que vivamos cada dia na doce antecipação daquele momento quando a visão que temos pela fé se concretizará, quando o parcial dará lugar ao perfeito, e quando nossa união contigo alcançará sua plenitude gloriosa. Em Teu nome. Amém.

Perguntas para Reflexão

  1. Como a certeza de nosso encontro com Cristo na morte influencia suas decisões no dia a dia?
  2. De que maneira você pode cultivar uma comunhão mais profunda com Cristo hoje, preparando-se para a comunhão perfeita?
  3. Como essa verdade bíblica pode consolar aqueles que enfrentam o luto ou o temor da morte?

Somente Cristo! Pr. Reginaldo Soares.

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