A transformação radical da vontade
Texto Bíblico: “Eu lhes darei um coração novo e porei dentro de vocês um espírito novo. Tirarei de vocês o coração de pedra e lhes darei um coração de carne. Porei dentro de vocês o meu Espírito e farei com que andem nos meus estatutos, guardem e observem os meus juízos.” Ezequiel 36:26-27.
Há momentos em nossa vida em que nos perguntamos: pode realmente o Eterno transformar o mais íntimo do nosso ser? Como opera Deus na profundidade de nossa vontade, naquele refúgio secreto onde nossas escolhas mais fundamentais são geradas?
A conversão não é um mero ajuste cosmético, mas uma metamorfose radical – uma recriação que toca as entranhas de nossa existência. Como um escultor que não apenas retoca, mas restaura completamente o material, Deus opera na essência de nosso espírito.
Nosso coração de pedra.
A metáfora do coração de pedra utilizada na Escritura não é apenas uma figura de linguagem poética, mas um diagnóstico preciso de nossa condição espiritual original: rígida, insensível e incapaz de desejar verdadeiramente o bem. Um coração de pedra não responde à voz de Deus, não se compadece da necessidade do próximo e não encontra prazer na santidade.
“Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração de carne.” Ezequiel 36:26.
Esta metáfora profunda não é apenas literária, mas teologicamente precisa: nosso estado original é de uma vontade petrificada, incapaz de verdadeira transformação por esforço próprio. Wayne Grudem complementa essa visão ao afirmar: “A conversão não é um aprimoramento, mas uma transformação completa.” Em outras palavras, Deus não apenas conserta nossa vontade deformada pelo pecado, mas a recria interiormente. Como prometido em Ezequiel 36:26, Ele remove o coração de pedra e nos dá um coração de carne, vivo e sensível à sua vontade, que ouve seu chamado, que se arrepende do pecado. Esse milagre da regeneração não apenas nos capacita a amar verdadeiramente, mas redefine nossa identidade, desejos e propósito, conduzindo-nos a uma vida em conformidade com Cristo.
A conversão não é um processo negociável ou parcial, mas uma obra completa e soberana de Deus na vida do pecador. Como afirmava John Piper, “Deus não negocia a transformação; Ele a realiza.” Isso significa que a mudança genuína não nasce de um mero esforço humano, mas de uma intervenção divina radical que transforma não apenas comportamentos, mas a própria essência do ser.
O Espírito Santo não age como um assistente que apenas fortalece nossas decisões, mas como o verdadeiro arquiteto que restaura o interior do homem. Ele não apenas nos, influência, mas nos recria, dando-nos um novo coração e uma nova disposição para buscar a Deus. “Nossa vontade só encontra liberdade em Cristo.” Ou seja, sem a obra sobrenatural do Espírito, permanecemos aprisionados à nossa natureza caída, incapazes de escolher a Deus. No entanto, quando Ele nos vivífica, somos libertos para amar, obedecer e desejar aquilo que verdadeiramente é bom e que antes rejeitávamos. A conversão, portanto, não é um mero ajuste moral, mas um milagre da graça divina, no qual Deus concede uma nova vida e uma nova identidade ao pecador regenerado.
Três Dimensões da Transformação
- Renovação do Desejo: Deus suscita em nosso coração um novo amor pela justiça.
- Capacitação Espiritual: O Espírito Santo nos guia ativamente.
- Perseverança Divina: A obra iniciada é completada por sua graça.
É crucial compreender: a transformação não anula nossa humanidade, “Deus nos renova, não nos destruindo, mas nos capacitando a refletir Sua glória de maneira única.” A conversão não é um projeto humano, mas um milagre divino. Deus deseja transformar seu coração de pedra em um coração sensível, capaz de amá-Lo e segui-Lo.
Ó Deus, transformador de corações, renova nosso espírito. Ajude-nos a não colocar nossa confiança em nós mesmos, mas totalmente em sua graça transformadora. Amém.
Somente Cristo! Pr. Reginaldo Soares.

Meu chamado para o ministério pastoral veio em 1994, sendo encaminhado ao conselho da Igreja Presbiteriana (IPB) em Queimados e em seguida ao Presbitério de Queimados (PRQM). Iniciei meus estudos no ano seguinte, concluindo-os em 1999. A ordenação para o ministério pastoral veio em 25 de junho de 2000, quando assumi pastoreio na IPB Inconfidência (2000-2003) e da IPB Austin (2002-2003). Desde de 2004 tenho servido como pastor na Igreja Presbiteriana em Engenheiro Pedreira (IPEP), onde sigo conduzido esse amado rebanho pela graça de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Sou casado há 22 anos com Alexsandra, minha querida esposa, sou pai de Lisandra e Samantha, preciosas bênçãos de Deus em nossas vidas. Me formei no Seminário Teológico Presbiteriano Ashbel Green Simonton, no Rio de Janeiro, e consegui posteriormente a validação acadêmica pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Pela bondade de nosso Senhor, seguimos compartilhando fé, amor e buscando a cada dia crescimento espiritual. Somente Cristo!
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