Você não é cristão, simplesmente porque diz que é um cristão. Examine se Jesus realmente conhece você como Sua ovelha e se você o conhece.
Bíblia,  Devocionais

Você não é cristão só porque diz que é cristão

João 10:14-15. “Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem a mim, assim como o Pai me conhece, e eu conheço o Pai. Eu dou a minha vida pelas ovelhas.”

A Ilusão da Auto-Identificação

Quantos milhões atravessam a vida acreditando em uma mentira que eles mesmos construíram? A triste verdade é que simplesmente afirmar-se cristão não nos torna cristãos. Como alguém que veste a camisa ao contrário sem perceber, multidões caminham confiantes rumo ao juízo final, presumindo estarem seguros. Jesus advertiu: “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus” (Mateus 7:21). O que distingue a autodeclaração vazia da fé genuína?

“Deus sabe claramente quem pertence a ele e quem não pertence. Clareza de quem é quem, não é um problema que Deus tenha.”

Mike McKinley, Eu Sou Mesmo Cristão?, Editora Fiel, 2012, p. 21.

O Abismo Entre Percepção e Realidade

Existe um abismo trágico entre como nos vemos e como realmente somos. Dom Quixote de La Mancha é um personagem da obra do escritor espanhol Miguel de Cervantes, ele era um fazendeiro que herdou suas posses de sua família, mas acreditava ser um cavalheiro nobre lutando contra exércitos, gigantes e dragões, que nada mais eram do que rebanhos de ovelhas e bois e moinhos de vento. Sua autopercepção era ridiculamente equivocada. Espiritualmente, o engano é ainda mais devastador. No grande dia, multidões comparecerão diante de Cristo esperançosas, mas serão confrontadas com uma sentença aterradora: “Apartai-vos de mim”. Não protestaram deliberadamente contra Jesus; simplesmente falharam em enxergar a verdade sobre si mesmos.

“O coração é enganoso, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá? (Jr 17.9). Não podemos confiar em nosso próprio julgamento sobre nossa condição espiritual.”

Wayne Grudem, Teologia Sistemática: Uma Introdução Bíblica, Editora Vida Nova, 1999, p. 656.

A Única Opinião que Importa

Jesus separará ovelhas de bodes no juízo final. Todos os reunidos diante do trono professavam alguma esperança em Cristo, mas nem todos serão aprovados. Muitos dirão “eu creio em Deus”, mas serão rejeitados. A autoproclamação é insuficiente. Jesus procura “aquele que faz a vontade de meu Pai” (Mateus 7:21). Marcar opções em fichas, assinar cartões de decisão ou simplesmente chamar-se cristão não transforma ninguém em seguidor genuíno.

O verbo grego ginōskō que Jesus usa revela conhecimento profundo, experiencial, não mera informação. “Eu conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem” (João 10:14) estabelece relação de intimidade comparável à união que pode ser vista na trindade. Este conhecimento implica cuidado individual, provisão específica e discernimento perfeito. Deus possui um “Livro da Vida” com registro definitivo dos verdadeiros cristãos (Filipenses 4:3; Apocalipse 20:15). Clareza não é problema para Ele.

“Foi por isso que o apóstolo Paulo pôde falar de ‘Clemente e com os demais cooperadores meus, cujos nomes se encontram no Livro da Vida’.”

Mike McKinley, Eu Sou Mesmo Cristão?, Editora Fiel, 2012, p. 20.

O perigo da religiosidade sem transformação

Muitas igrejas tornaram a decisão de seguir Jesus demasiadamente fácil. “Faça esta oração. Assine este cartão. Pronto! Você já é cristão!” Mas Jesus encontrava repetidamente pessoas que gostavam dele, respeitavam-no, aprovavam sua mensagem, e ainda assim declarava que não eram seus discípulos. Faltava-lhes algo essencial. A popularidade de Jesus não salva ninguém. Até budistas, hindus e muçulmanos o respeitam. Gostar de Jesus não equivale a conhecê-lo como Salvador e Senhor.

“Cristianismo sem discipulado é sempre cristianismo sem Cristo. Permanece um cristianismo abstrato, um mito que nada tem a ver com a vida concreta.”

Dietrich Bonhoeffer, Discipulado, Editora Mundo Cristão, 2016, p. 49.

Cristo como Juiz Misericordioso

Jesus veio “buscar e salvar o perdido” (Lucas 19:10). Forneceu diretrizes claríssimas: “pelos seus frutos os conhecereis” (Mateus 7:20). Não há cláusulas obscuras. Mas Sua misericórdia não anula Sua justiça. Paulo nos exorta: “Examinai-vos a vós mesmos se realmente estais na fé” (2 Coríntios 13:5). Esta advertência é amor puro. É como um alarme de incêndio que soa alertando sobre o perigo, para que assim possamos ser salvos, não para nos atormentar.

“E agora, como viveremos?”

Examine sua vida hoje, não deixe para amanhã e continue se submetendo a avaliação das Escrituras diariamente. Você confia em Cristo neste momento? Você O segue como Senhor? Busque irmãos maduros na fé e estudiosos da Palavra de Deus que lhe ajudem a reconhecer suas fraquezas. O auto-engano é especialidade do coração humano. É muito importante que você não baseie sua segurança em decisões passadas, mas em obediência presente. A evidência de fé genuína é a vida transformada, não declarações vazias.

“Oremos”

Pai Celestial, expõe as áreas de presunção em minha alma. Revela onde tenho confiado em formalidades vazias em vez de relacionamento genuíno com Cristo. Concede-me humildade para buscar avaliação honesta de irmãos fiéis. Guarda-me do terrível engano de professar Teu nome sem Te conhecer verdadeiramente. Que minha vida demonstre obediência autêntica, fruto do Espírito, amor sacrificial. Salva-me não apenas da condenação eterna, mas da ilusão presente. Em nome de Jesus, amém

Perguntas para Reflexão

  1. Qual é a diferença entre dizer “Senhor, Senhor” e genuinamente fazer a vontade do Pai celestial?
  2. Se Jesus examinasse sua vida hoje, que evidências de conhecimento íntimo d’Ele você poderia apresentar?
  3. Como a advertência de Mateus 7:21-23 deveria transformar sua abordagem à vida cristã?
  4. Você tem convidado outros cristãos maduros para avaliar honestamente sua profissão de fé?
  5. De que formas práticas você pode evitar o auto-engano espiritual que Jesus denunciou?

Somente Cristo! Pr. Reginaldo Soares.

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Meu chamado para o ministério pastoral veio em 1994, sendo encaminhado ao conselho da Igreja Presbiteriana (IPB) em Queimados e em seguida ao Presbitério de Queimados (PRQM). Iniciei meus estudos no ano seguinte, concluindo-os em 1999. A ordenação para o ministério pastoral veio em 25 de junho de 2000, quando assumi pastoreio na IPB Inconfidência (2000-2003) e da IPB Austin (2002-2003). Desde de 2004 tenho servido como pastor na Igreja Presbiteriana em Engenheiro Pedreira (IPEP), onde sigo conduzido esse amado rebanho pela graça de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Sou casado há 22 anos com Alexsandra, minha querida esposa, sou pai de Lisandra e Samantha, preciosas bênçãos de Deus em nossas vidas. Me formei no Seminário Teológico Presbiteriano Ashbel Green Simonton, no Rio de Janeiro, e consegui posteriormente a validação acadêmica pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Pela bondade de nosso Senhor, seguimos compartilhando fé, amor e buscando a cada dia crescimento espiritual. Somente Cristo!

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