Cristo confronta a hipocrisia em Mateus 7:3-5. Descubra como aplicar o mesmo padrão de julgamento a si mesmo e viver com integridade.
Bíblia,  Devocionais,  História da igreja,  Personagens marcantes

Jonathan Edwards – RESOLUÇÃO 21: Hipocrisia

“O Espelho da Hipocrisia: Quando Nosso Julgamento nos Condena.”

RESOLUÇÃO 21. “Resolvo nunca fazer algo que, se visse outra pessoa fazendo, me levasse a desprezá-la ou pensar mal dela.”

Mateus 7:3-5. “Por que você vê o argueiro no olho do seu irmão, mas não percebe a trave que está no seu próprio olho? Ou como você pode dizer ao seu irmão: ‘Deixe-me tirar o argueiro do seu olho’, quando você tem uma trave no seu? Hipócrita! Tire primeiro a trave do seu olho e, então, você enxergará claramente para tirar o argueiro do olho do seu irmão.”

O Duplo Padrão que nos Define

Por que julgamos nos outros aquilo que toleramos em nós mesmos? Cristo confronta a hipocrisia mais sutil: a incapacidade de aplicar a nós a mesma medida que usamos para avaliar os demais. Desprezamos no próximo o que justificamos em nossa própria conduta.

“Posso calcular o movimento dos corpos celestes, mas não a loucura das pessoas.” — Isaac Newton (1643-1727), Físico e Matemático

A inconsistência moral revela um coração dividido, incapaz de ver-se no espelho da verdade.

A Anatomia da Cegueira Moral

No contexto judaico do primeiro século, os fariseus eram mestres em detectar falhas alheias enquanto cultivavam vastas áreas de hipocrisia pessoal. Jesus usa uma imagem hiperbólica: um homem com uma viga no olho tentando remover um cisco do olho de outro. A metáfora expõe nossa seletividade moral — usamos microscópios para avaliar a vida dos outros, espelhos embaçados para vasculharmos nossa própria vida. A hipocrisia não é apenas contradição; é autoengano sistemático que nos permite condenar nos outros o que praticamos diariamente.

O Padrão Único da Integridade

A hipocrisia opera através de uma falha fundamental: aplicamos padrões distintos para nós e para os demais é o problema da dupla medida. Condenamos a impaciência alheia enquanto justificamos nossa irritabilidade como “temperamento forte”. Criticamos a ambição dos outros enquanto chamamos a nossa de “zelo e esforço”.

Cristo estabelece um princípio revolucionário: trate os outros como deseja ser tratado (Mt 7:12). Mas isso inclui também o julgamento — julgar-se com a mesma severidade que se julga o próximo.

“A hipocrisia é a homenagem que o vício presta à virtude, mas também é a forma mais insidiosa de autoengano.” João Calvino (1509-1564), Institutas da Religião Cristã.

A hipocrisia é o vício disfarçado de virtude, pois o pecador finge ser bom para ser aceito. Contudo, Calvino alerta que seu maior perigo é o autoengano, onde o hipócrita passa a acreditar na sua própria fachada, impedindo o arrependimento verdadeiro e a mudança interior.

Jesus não proíbe o julgamento correto, mas exige autojulgamento primeiro. A “trave” representa pecados enraizados que distorcem nossa visão moral. Só após removê-la podemos ajudar genuinamente nossos irmãos.

Cristo: O Padrão Perfeito

Cristo nunca foi hipócrita. Ele podia confrontar os outros porque vivia o que pregava. Sua graça nos convida não ao perfeccionismo paralisante, mas à honestidade radical sobre nossas próprias falhas. A cruz revela que todos precisamos de misericórdia, ela é o reconhecimento que dissolve a hipocrisia.

“E agora, como viveremos?”

Pratique o autoexame antes da crítica. Quando sentir impulso de julgar, pergunte: “Faço isso também?” ou “Faço outras coisas igualmente ruins”. Aplique a si mesmo o padrão que exige dos outros. Cultive coerência — não perfeição, mas honestidade sobre suas lutas. Peça perdão quando suas palavras contradisserem suas ações. Viva de modo que sua integridade silencie a acusação de hipocrisia.

“Oremos”

Senhor, revele as traves em meus olhos antes que eu aponte os ciscos nos olhos alheios. Perdoe minha duplicidade moral, minha facilidade em condenar nos outros o que tolero em mim. Conceda-me a humildade de Cristo, que nunca exigiu o que não viveu. Transforme-me em alguém cuja vida corresponda às palavras, cuja integridade glorifique Seu nome. Em Cristo, amém.

Perguntas para Reflexão

  1. Que comportamentos você condena nos outros, mas justifica em si mesmo?
  2. Como a consciência de suas próprias falhas pode torná-lo mais compassivo no julgamento alheio?
  3. De que formas práticas você pode cultivar maior coerência entre suas palavras e ações?

Somente Cristo! Pr. Reginaldo Soares.

Leia também:

Jonathan Edwards – RESOLUÇÃO 20: Gula

Jonathan Edwards – RESOLUÇÃO 19: Fidelidade

AS RESOLUÇÕES DE JONATHAN EDWARDS

Meu chamado para o ministério pastoral veio em 1994, sendo encaminhado ao conselho da Igreja Presbiteriana (IPB) em Queimados e em seguida ao Presbitério de Queimados (PRQM). Iniciei meus estudos no ano seguinte, concluindo-os em 1999. A ordenação para o ministério pastoral veio em 25 de junho de 2000, quando assumi pastoreio na IPB Inconfidência (2000-2003) e da IPB Austin (2002-2003). Desde de 2004 tenho servido como pastor na Igreja Presbiteriana em Engenheiro Pedreira (IPEP), onde sigo conduzido esse amado rebanho pela graça de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Sou casado há 22 anos com Alexsandra, minha querida esposa, sou pai de Lisandra e Samantha, preciosas bênçãos de Deus em nossas vidas. Me formei no Seminário Teológico Presbiteriano Ashbel Green Simonton, no Rio de Janeiro, e consegui posteriormente a validação acadêmica pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Pela bondade de nosso Senhor, seguimos compartilhando fé, amor e buscando a cada dia crescimento espiritual. Somente Cristo!

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *