O fundamento de nossa fé e esperança.
“Ele ressuscitou!” Esta proclamação ecoa através dos séculos como o fundamento de nossa fé. A ressurreição de Cristo não foi apenas um evento histórico isolado, mas um acontecimento cósmico com implicações eternas que transformou completamente nossa realidade espiritual e nosso destino.
“Se a ressurreição de Cristo não fosse um fato histórico, então a fé cristã estaria firmada numa ilusão piedosa. No entanto, a fé cristã difere de todas as outras precisamente por estar enraizada em um acontecimento real: Jesus Cristo, crucificado sob Pôncio Pilatos, morto, sepultado, ressuscitou corporalmente ao terceiro dia e apareceu a muitos. É neste fato que repousa toda a esperança da Igreja.”
Michael Horton, Doutrinas da Fé Cristã, p. 627.
O evento histórico que mudou a história
A ressurreição de Jesus Cristo é o evento central da história da redenção. Como Paulo declara em 1 Coríntios 15:3-4: “Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras, e foi sepultado, e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras.” Este evento não aconteceu em segredo, mas foi testemunhado publicamente. De fato, o apóstolo Paulo menciona que Cristo “foi visto, uma vez, por mais de quinhentos irmãos, dos quais vive ainda a maior parte, mas alguns já dormem também” (1 Coríntios 15:6).
Estas aparições públicas fornecem evidência histórica substancial da ressurreição corporal de Jesus. Portanto, a ressurreição não é um mito ou uma metáfora, mas um evento real e verificável que ocorreu em nossa linha do tempo histórica.
As implicações teológicas da ressurreição
Libertação do pecado
Se Cristo não tivesse ressuscitado, nossa fé seria completamente vazia e inútil. Paulo afirma claramente: “E, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados” (1 Coríntios 15:17). A ressurreição, portanto, confirma que o sacrifício de Cristo na cruz foi eficaz e que nossos pecados foram verdadeiramente perdoados.
Nossa vida tem significado eterno
A vida cristã, mesmo com suas tribulações, não é lamentável porque temos esperança além desta vida. Paulo observa: “Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens” (1 Coríntios 15:19). No entanto, graças à ressurreição, nossas aflições temporais são superadas pela glória eterna que nos aguarda.
Nossa ressurreição futura
A ressurreição de Cristo garante nossa própria ressurreição. “Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo. Mas cada um por sua ordem: Cristo as primícias, depois os que são de Cristo, na sua vinda” (1 Coríntios 15:22-23). Cristo é as primícias – a garantia da colheita completa que virá na sua segunda vinda.
O reino de Cristo hoje
O reinado presente de Cristo
Hoje, Cristo reina soberanamente sobre todo o universo. “Porque convém que reine até que haja posto a todos os inimigos debaixo de seus pés. Ora, o último inimigo que há de ser aniquilado é a morte” (1 Coríntios 15:25-26). Esta verdade deve trazer grande conforto aos crentes, pois nada está fora do controle de nosso Senhor ressurreto.
Nossa transformação futura
A ressurreição de Cristo também revela algo sobre os corpos que receberemos na ressurreição. “Semeia-se o corpo em corrupção; ressuscitará em incorrupção. Semeia-se em ignomínia, ressuscitará em glória. Semeia-se em fraqueza, ressuscitará com vigor. Semeia-se corpo natural, ressuscitará corpo espiritual” (1 Coríntios 15:42-44).
Além disso, esta transformação corporal acontecerá instantaneamente: “Eis aqui vos digo um mistério: Na verdade, nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados; num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados” (1 Coríntios 15:51-52).
A vitória sobre a morte
A ressurreição de Cristo significa que a morte foi derrotada. “E, quando isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade, e isto que é mortal se revestir da imortalidade, então cumprir-se-á a palavra que está escrita: Tragada foi a morte na vitória. Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está, ó inferno, a tua vitória?“ (1 Coríntios 15:54-55).
Cristo removeu o aguilhão da morte ao lidar com o pecado e satisfazer as exigências da lei divina. “Ora, o aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei. Mas graças a Deus que nos dá a vitória por nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Coríntios 15:56-57).
Vivendo à luz da ressurreição
A ressurreição não é apenas uma doutrina para acreditarmos, mas uma realidade que deve transformar nossa maneira de viver. Por isso, Paulo conclui seu ensino sobre a ressurreição com uma aplicação prática: “Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor” (1 Coríntios 15:58).
Nossa vida e ministério têm propósito eterno. Cada ato de obediência, cada esforço para o reino de Deus, cada momento de serviço cristão não é em vão. A ressurreição de Cristo garante que nosso trabalho tem significado eterno.
Conexão Histórica e Contemporânea
“O impacto da ressurreição de Jesus foi tão profundo que redefiniu a estrutura semanal do povo de Deus. O sábado cedeu lugar ao domingo — o “dia do Senhor” — não por decreto humano, mas porque a Igreja viu na ressurreição algo tão grandioso que somente um novo início semanal poderia celebrá-lo adequadamente.”
Herman Bavinck, Dogmática Reformada, Vol. 3, p. 452.
Ao longo da história da igreja, a ressurreição tem sido o pilar central da fé cristã. Os primeiros cristãos mudaram seu dia de adoração do sábado para o domingo, o “Dia do Senhor”, em comemoração à ressurreição. Os mártires enfrentaram a morte com coragem, confiando na promessa da ressurreição.
Em nossa era contemporânea, marcada pelo niilismo1 e desesperança, a mensagem da ressurreição oferece propósito e significado últimos. Num mundo que constantemente nos diz que nossa existência é aleatória e sem sentido, a ressurreição declara que nossas vidas importam para Deus e têm propósito eterno.
Que possamos iniciar cada semana, cada dia, e cada momento de nossas vidas com a alegre consciência: “Ele ressuscitou!” E que esta verdade transformadora nos fortaleça para sermos “sempre abundantes na obra do Senhor”.
Somente Cristo! Pr. Reginaldo Soares.
- O niilismo, é a ideia de que a vida não tem um significado, propósito ou valor próprio. Ele questiona crenças tradicionais sobre moralidade, conhecimento e até mesmo a existência de Deus, argumentando que tudo é, em última análise, sem sentido. Para o niilista, não há verdades absolutas, apenas interpretações subjetivas, e a existência é vista como vazia de qualquer propósito. ↩︎

Meu chamado para o ministério pastoral veio em 1994, sendo encaminhado ao conselho da Igreja Presbiteriana (IPB) em Queimados e em seguida ao Presbitério de Queimados (PRQM). Iniciei meus estudos no ano seguinte, concluindo-os em 1999. A ordenação para o ministério pastoral veio em 25 de junho de 2000, quando assumi pastoreio na IPB Inconfidência (2000-2003) e da IPB Austin (2002-2003). Desde de 2004 tenho servido como pastor na Igreja Presbiteriana em Engenheiro Pedreira (IPEP), onde sigo conduzido esse amado rebanho pela graça de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Sou casado há 22 anos com Alexsandra, minha querida esposa, sou pai de Lisandra e Samantha, preciosas bênçãos de Deus em nossas vidas. Me formei no Seminário Teológico Presbiteriano Ashbel Green Simonton, no Rio de Janeiro, e consegui posteriormente a validação acadêmica pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Pela bondade de nosso Senhor, seguimos compartilhando fé, amor e buscando a cada dia crescimento espiritual. Somente Cristo!