Texto Bíblico Base: João 4:1-26.
Texto Bíblico Áureo: João 4:23. “Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores.”
Textos Bíblicos Relacionados:
- Salmos 51:16-17. “Pois tu não te comprazes em sacrifícios, senão eu os daria; tu não te deleitas em holocaustos. Os sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado; coração compungido e contrito, não o desprezarás, ó Deus.”
- Mateus 4:10. “Então Jesus lhe ordenou: Vá embora, Satanás, porque está escrito: “Adore o Senhor, seu Deus, e preste culto somente a ele.”
- Mateus 6:24. “Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou irá odiar um e amar o outro, ou irá se dedicar a um e desprezar o outro. Vocês não podem servir a Deus e às riquezas.”
- Mateus 15:8-9. “Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. E em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens.”
- 1 Coríntios 6:19-20. “Acaso, não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por preço. Agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo.”
- Efésios 2:13-14. “Mas, agora, em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, fostes aproximados pelo sangue de Cristo. Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos fez um e derribou a parede da separação que estava no meio.”
- Hebreus 10:19-22. “Tendo, pois, irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou pelo véu, isto é, pela sua carne, e tendo grande sacerdote sobre a casa de Deus, aproximemo-nos, com sincero coração, em plena certeza de fé, tendo o coração purificado de má consciência e lavado o corpo com água pura.”
Explicação do Texto Básico – João 4:1-26
1. Contexto Histórico e Bíblico
O texto de João 4:1-26 situa-se no período inicial do ministério público de Jesus, após sua primeira Páscoa em Jerusalém (João 2:13-25) e o diálogo com Nicodemos (João 3:1-21). O episódio ocorre aproximadamente no final de dezembro ou início de janeiro, considerando a referência aos “quatro meses até a colheita” mencionada no versículo 35. Este período representa uma fase estratégica do ministério de Jesus, quando sua atividade na Judeia havia crescido significativamente, atraindo mais discípulos que João Batista e causando preocupação entre os fariseus.
O contexto bíblico imediato revela uma transição geográfica e ministerial: Jesus deixa a Judeia devido à crescente oposição farisaica e se dirige à Galiléia, passando necessariamente pela Samaria. Esta passagem conecta-se com o tema maior do Evangelho de João sobre a revelação progressiva de Jesus como o Messias, apresentando aqui sua primeira declaração explícita de identidade messiânica (v. 26). O episódio contribui para o propósito teológico joanino de demonstrar que Jesus veio para todos os povos, transcendendo as barreiras étnicas e religiosas do judaísmo tradicional.
2. Termos Relevantes no Texto
O termo grego “pneuma” (espírito) no versículo 24 não se refere a uma concepção filosófica ou intelectualizada de Deus, mas ao ser invisível de Deus, sua força e divindade eternas, em contraposição à “carne” decadente da criatura. Esta palavra carrega peso teológico fundamental para compreender a natureza da verdadeira adoração.
A expressão “aletheia” (verdade) no contexto da adoração “em espírito e em verdade” denota realidade e essencialidade, não mera conformidade doutrinária. Refere-se à autenticidade do relacionamento com Deus, em contraste com formas vazias de religiosidade.
O termo “proskyneo” (adorar) deriva do grego que significa “prostrar-se” ou “estar deitado em súplicas diante de Deus”, indicando uma atitude de total submissão e reverência, não apenas um ato ritualístico.
3. Expressões Relevantes no Texto
A expressão “água viva” (v. 10) funciona em dois níveis semânticos: literalmente, refere-se à água de fonte em movimento, em contraste com a água parada de cisternas; simbolicamente, representa a vida eterna que Jesus oferece, uma fonte interior que jorra continuamente para a vida eterna.
A construção “Eu sou” (v. 26) – em grego “ego eimi” – constitui uma fórmula de autorrevelação divina, ecoando a revelação do nome de Deus no Antigo Testamento (Êxodo 3:14) e estabelecendo a identidade messiânica de Jesus de forma inequívoca.
A frase “vem a hora e já chegou” (v. 23) expressa a tensão escatológica joanina entre o “já” e o “ainda não”, indicando que o tempo messiânico se inaugura com a presença de Jesus, embora sua consumação seja futura.
4. Aspectos Geográficos Relevantes
Sicar localiza-se na região da Samaria, próxima ao monte Ebal, identificada provavelmente com a atual aldeia de Ascar. Sua proximidade com Siquém, cidade historicamente significativa para os patriarcas, confere ao local uma importância simbólica para os samaritanos. O poço de Jacó, ainda identificável hoje, situa-se ligeiramente ao sul de Ascar, constituindo um ponto de parada natural para viajantes que transitavam da Judeia para a Galiléia.
O monte Gerizim, visível da região, possui significado teológico crucial para os samaritanos, pois ali edificaram seu templo rival ao de Jerusalém. A referência geográfica ao monte na pergunta da mulher (v. 20) evoca toda a controvérsia histórica sobre o local legítimo de adoração, questão que Jesus resolve ao transcender as limitações geográficas do culto.
A geografia da região, com suas associações patriarcais e divisões étnico-religiosas, fornece o cenário ideal para Jesus demonstrar que a adoração verdadeira transcende limitações territoriais e étnicas.
5. Contexto Literário e Canônico
O episódio da mulher samaritana forma um paralelo estrutural com o diálogo de Nicodemos (João 3:1-21), apresentando dois extremos sociais – um líder religioso judeu instruído e uma mulher samaritana marginalizada – ambos necessitando do mesmo dom de Deus. Esta estrutura literária demonstra a universalidade da mensagem de Jesus.
A narrativa conecta-se intertextualmente com várias passagens veterotestamentárias sobre “água viva” (Salmos 23:2; 42:2; Isaías 55:1; Jeremias 17:13), cumprindo as promessas proféticas sobre a salvação de Deus. O tema da adoração “em espírito e em verdade” encontra eco nas críticas proféticas contra o culto formal e vazio (Isaías 29:13; Amós 5:21-23).
O padrão narrativo joanino de revelação progressiva manifesta-se claramente: Jesus inicia com linguagem figurada, enfrenta resistência ou incompreensão, esclarece gradualmente seu significado, até culminar na revelação explícita de sua identidade messiânica.
6. Sentido Original e Destinatários
Para os leitores originais do Evangelho de João, este episódio demonstrava que Jesus transcendia as divisões étnicas e religiosas do judaísmo do primeiro século. A audiência cristã primitiva, composta por judeus e gentios, encontraria aqui legitimação para a inclusão dos não-judeus na comunidade de fé.
A mulher samaritana, como representante de seu povo, experimentava o cumprimento das expectativas messiânicas samaritanas, baseadas no Pentateuco e na esperança por um “Profeta como Moisés” (Deuteronômio 18:15-18). Para ela, Jesus oferecia uma solução definitiva para os anseios espirituais não satisfeitos por suas experiências matrimoniais fracassadas.
O impacto original da narrativa residia na radical novidade da proposta de Jesus: uma adoração que não dependia de localização geográfica nem de pureza étnica, mas da presença do Espírito de Deus no coração humano.
7. Teologia e Simbolismo
O tema central da adoração “em espírito e em verdade” inaugura uma nova era na relação entre Deus e a humanidade. A adoração verdadeira não se baseia em formas externas ou localização geográfica, mas na presença transformadora do Espírito de Deus no interior do adorador.
A teologia joanina da vida eterna manifesta-se simbolicamente na “água viva”: uma vida qualitativamente diferente, originária de Deus, que satisfaz definitivamente os anseios humanos mais profundos. Esta vida não é meramente futura, mas presente, jorrada continuamente pela fonte interior estabelecida por Jesus.
O simbolismo da sede e da saciedade aponta para a condição existencial humana de incompletude e busca, encontrando sua resolução definitiva somente em Cristo. A multiplicidade de relacionamentos matrimoniais da mulher simboliza a futilidade da busca humana por satisfação em fontes temporais.
8. Aspectos Sociais e Culturais
A inimizade histórica entre judeus e samaritanos, originada na miscigenação étnica e religiosa pós-exílio assírio, explica a surpresa da mulher diante do pedido de Jesus. Os samaritanos, considerados impuros pelos judeus, desenvolveram sua própria tradição religiosa baseada no Pentateuco e centrada no monte Gerizim.
A condição social da mulher – com cinco casamentos fracassados e vivendo em concubinato – reflete tanto as dificuldades socioeconômicas das mulheres na sociedade patriarcal quanto as facilidades legais de divórcio que frequentemente vitimizavam as mulheres. Seu horário incomum para buscar água (meio-dia) sugere possível ostracismo social.
A identificação de Jesus como judeu através das “borlas” de sua vestimenta indica sua observância das práticas religiosas judaicas, tornando mais significativa sua disposição de interagir com uma samaritana. O diálogo transcende as barreiras de gênero, etnia e classe social, demonstrando o caráter inclusivo da mensagem messiânica.
A expectativa messiânica samaritana, baseada na promessa do “Profeta como Moisés”, preparou o terreno para a receptividade da mulher à revelação de Jesus, contrastando com a resistência frequentemente encontrada entre os líderes religiosos judeus.
Introdução: O Encontro Transformador Junto ao Poço
Em dezembro de 2023, o jornal El País publicou uma reportagem sobre a descoberta arqueológica de um antigo poço romano em Sevilha, Espanha. O achado revelou não apenas uma estrutura hidráulica, mas um local de encontros sociais onde pessoas de diferentes origens se reuniam diariamente. O poço, segundo os arqueólogos, era mais que uma fonte de água – era um centro de vida comunitária onde conversas transformavam destinos e onde diferenças sociais temporariamente se dissolviam na necessidade comum da sede.
Esta descoberta ecoa um encontro ainda mais extraordinário ocorrido há dois mil anos, junto a outro poço, na Samaria. Ali, próximo à cidade de Sicar, Jesus Cristo protagonizou uma das mais revolucionárias conversas da história humana. Não se tratava apenas de um pedido de água, mas de uma transformação radical na compreensão da adoração divina. O que começou como um diálogo sobre geografia sagrada – “nossos antepassados adoraram neste monte, mas vocês, judeus, dizem que Jerusalém é o lugar onde se deve adorar” – tornou-se a revelação de uma nova era espiritual.
A adoração é o impulso supremo da alma regenerada. É o coração respondendo ao coração de Deus. É a criatura adorando o Criador, não porque é obrigada a fazê-lo, mas porque não pode deixar de fazê-lo. É a resposta espontânea da alma que viu a Deus em Sua beleza e foi cativada por Sua glória. Esta é a adoração em espírito e em verdade que Jesus procura.
A. W. Tozer, “A Busca de Deus”, Editora Vida, 1993, p. 87
Como bem observa Tozer, a adoração autêntica nasce de um encontro genuíno com o divino. No poço de Sicar, Jesus não apenas satisfez a sede física de uma mulher samaritana, mas inaugurou uma nova dispensação da adoração que transcende fronteiras geográficas, étnicas e sociais. A declaração “está chegando a hora, e de fato já chegou” ressoa através dos séculos como um chamado divino para todos os que buscam adorar o Pai em espírito e em verdade.
O homem foi criado para adorar. Esta é a sua vocação suprema. Não existe maior chamado, privilégio ou responsabilidade do que adorar a Deus. Não se trata de uma opção para alguns poucos especialmente dotados, mas do propósito fundamental da existência humana. Quando deixamos de adorar a Deus, não deixamos de adorar – simplesmente transferimos nossa adoração para ídolos indignos.
John Piper, “Sede de Deus”, Editora Fiel, 2010, p. 23
Como escreve Dante Alighieri em sua Divina Comédia, “no meio do caminho da nossa vida, me vi perdido numa selva escura”. A samaritana, assim como tantos de nós, encontrava-se perdida na selva escura da religiosidade vazia, buscando água em poços que jamais poderiam saciar sua sede mais profunda. Jesus, porém, ofereceu-lhe não apenas água viva, mas uma compreensão revolucionária da adoração que transformaria para sempre a relação entre Deus e a humanidade.
I. A Revolução Messiânica: Quando a Geografia Se Rende ao Espírito
“Creia em mim, mulher; está próxima a hora em que vocês não adorarão o Pai nem neste monte, nem em Jerusalém.” Estas palavras de Jesus ecoaram como um terremoto teológico nos fundamentos da religião estabelecida. Durante séculos, a adoração havia sido definida por coordenadas geográficas – o monte Gerizim para os samaritanos, o templo em Jerusalém para os judeus. De repente, o próprio Messias declarava que a era da adoração localizada chegara ao fim.
A vinda de Cristo marca o fim da dispensação típica e simbólica do Antigo Testamento. O que antes era sombra agora se torna realidade. O que antes era figura agora se revela em sua plenitude. Cristo não veio para destruir a Lei, mas para cumpri-la. E ao cumpri-la, ele estabeleceu uma nova ordem, uma nova aliança, um novo modo de adoração que transcende as limitações geográficas e cerimoniais da antiga dispensação.
João Calvino, “Institutas da Religião Cristã”, Editora Cultura Cristã, 2008, Livro II, Capítulo XI, p. 234
A afirmação de Jesus ia muito além de uma simples reforma litúrgica. Ele estava anunciando que o próprio conceito de “lugar sagrado” seria redefinido. Quando declarou “Destruam este templo, e eu o levantarei em três dias”, Jesus não estava apenas profetizando sua ressurreição, mas proclamando-se como o novo templo, o novo lugar de encontro entre Deus e a humanidade.
Esta transformação não era meramente conceitual, mas escatológica. O “de fato já chegou” indica que com a presença do Messias, o Reino de Deus havia irrompido na história humana. A adoração não mais dependeria de peregrinações a locais sagrados, mas da presença viva de Cristo no coração dos adoradores. Como observa Martyn Lloyd-Jones: “O templo não era apenas um edifício, mas o símbolo da presença de Deus entre seu povo. Quando Jesus se proclama como o novo templo, ele está declarando que a presença de Deus agora habita nele de forma plena e definitiva.”
A encarnação do Verbo significa que Deus não habita mais em templos feitos por mãos humanas, mas assumiu a natureza humana para estabelecer sua morada entre nós. Cristo é o verdadeiro templo, não porque substitui o templo de Jerusalém, mas porque cumpre e transcende tudo o que o templo simbolizava. Nele, céu e terra se encontram; nele, o divino e o humano se reconciliam; nele, a adoração encontra sua expressão mais plena e perfeita.
Herman Bavinck, “Dogmática Reformada”, Editora Cultura Cristã, 2012, Volume 3, p. 156
Shakespeare, em Hamlet, escreve: “Há mais coisas no céu e na terra, Horácio, do que sonha a vossa filosofia.” A samaritana, como Horácio, descobria que suas categorias teológicas eram pequenas demais para conter a realidade que estava diante dela. O debate entre monte Gerizim e Jerusalém tornara-se irrelevante diante da presença daquele que era maior que o templo.
A revolução messiânica não destruía a adoração, mas a libertava. Libertava-a das limitações geográficas, das barreiras étnicas, das restrições cerimoniais. Como observa Eugene Peterson: “Jesus não veio para nos dar uma nova religião, mas para nos libertar da religião como sistema de controle e nos introduzir na adoração como resposta de amor.”
A adoração cristã não é uma questão de lugar, mas de coração. Não é uma questão de cerimônia, mas de sinceridade. Não é uma questão de tradição, mas de verdade. Quando adoramos em espírito e em verdade, todo lugar se torna sagrado, todo momento se torna santo, toda ação se torna um ato de adoração. Esta é a liberdade que Cristo nos trouxe – a liberdade de adorar a Deus em qualquer lugar, a qualquer hora, em qualquer circunstância.
R.C. Sproul, “A Santidade de Deus”, Editora Cultura Cristã, 2019, p. 178
II. A Mediação Exclusiva: Por Intermédio de Jesus e a Jesus
“Toda adoração deve ser feita por intermédio de Jesus e a Jesus.” Esta declaração, longe de ser uma mera afirmação teológica, representa o coração da revolução que Jesus inaugura. Ele não é apenas o mediador da adoração, mas também seu objeto legítimo. Esta dupla função – mediador e objeto de adoração – revela a natureza única de sua pessoa e obra.
A necessidade de mediação nasce da realidade do pecado humano. Isaías clamou: “Ai de mim! Estou perdido! Sou um homem de lábios impuros e vivo no meio de um povo de lábios impuros; os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos!” (Isaías 6:5). O pecado criou um abismo intransponível entre Deus e a humanidade, tornando impossível qualquer adoração aceitável sem a devida mediação.
Cristo é o único mediador entre Deus e os homens, não apenas porque é homem, mas porque é o Deus-homem. Sua mediação é eficaz porque ele pode representar tanto a Deus diante dos homens quanto os homens diante de Deus. Ele é o único que pode oferecer a Deus uma adoração perfeitamente aceitável, e é somente por participação em sua adoração que nossa adoração imperfeita se torna aceitável ao Pai.
John Owen, “A Glória de Cristo”, Editora Fiel, 2004, p. 89
Mas Jesus não é apenas o mediador da adoração; ele é também seu objeto legítimo. Suas afirmações de divindade são inequívocas: “Eu e o Pai somos um” (João 10:30), “Antes que Abraão nascesse, Eu Sou” (João 8:58), “Quem me vê, vê o Pai” (João 14:9). Estas declarações não são metáforas místicas, mas afirmações ontológicas sobre sua natureza divina.
Como observa Fiódor Dostoiévski em Os Irmãos Karamázov, através da parábola do Grande Inquisidor: “O problema do cristianismo não é que Cristo seja divino demais para ser humano, mas que seja humano demais para ser divino aos olhos daqueles que preferem um Deus distante e controlável.” Jesus desafia nossas categorias limitadas de divindade ao se apresentar como o Deus encarnado que pode ser tocado, conhecido e adorado.
A adoração a Jesus não é idolatria, mas o reconhecimento de sua divindade essencial. Ele não rouba a glória de Deus, mas revela esta glória em forma humana. Adorar a Jesus é adorar ao Deus que se fez homem sem deixar de ser Deus. É reconhecer que em Cristo habita corporalmente toda a plenitude da divindade, e que, portanto, ele é digno de receber a mesma honra que tributamos ao Pai.
B.B. Warfield, “A Pessoa e a Obra de Cristo”, Editora Cultura Cristã, 2007, p. 123
A mediação de Jesus não é apenas sacerdotal, mas também profética e real. Como profeta, ele revela perfeitamente a vontade de Deus; como sacerdote, ele oferece o sacrifício perfeito; como rei, ele estabelece o reino de Deus. Toda adoração verdadeira deve reconhecer estes três ofícios e render-se à sua autoridade em cada um deles.
Eugene Peterson observa com precisão: “Jesus não nos ensina a adorar a Deus; ele nos ensina que Deus é adorável. Não nos dá técnicas de adoração; ele nos dá razões para adorar. Não nos oferece métodos; ele nos oferece a si mesmo.”
A adoração cristã é sempre trinitária em sua estrutura: adoramos ao Pai, por meio do Filho, no poder do Espírito Santo. Cristo não é um intermediário temporário que será dispensado quando chegarmos ao Pai. Ele é o mediador eterno, e nossa adoração ao Pai sempre será mediada por sua pessoa e obra. Mesmo na consumação de todas as coisas, ele permanecerá como o Cordeiro que foi morto, objeto de adoração eterna junto com o Pai.
Wayne Grudem, “Teologia Sistemática”, Editora Vida Nova, 2017, p. 678
III. O Espírito Vivificado: A Adoração Além da Mera Observância
“Em espírito” – estas duas palavras encapsulam uma revolução na compreensão da adoração. Jesus não está meramente contrastando adoração interior com adoração exterior, mas declarando que a adoração autêntica só é possível para aqueles cujo espírito foi vivificado pelo Espírito Santo. Como ele mesmo declarou: “o que nasce do Espírito é espírito” (João 3:6).
A adoração morta é uma contradição de termos. Pode haver observância religiosa, conformidade ritual, performance cerimonial, mas não adoração. A adoração pressupõe vida, e vida espiritual só é possível através da regeneração operada pelo Espírito Santo. Sem esta obra vivificadora, o ser humano pode imitar a adoração, mas não pode verdadeiramente adorar.
A adoração é o overflow da alma regenerada. É o transbordar natural do coração que foi tocado pela graça de Deus. Não se trata de uma disciplina que desenvolvemos, mas de uma resposta que não podemos conter. Quando o Espírito Santo vivifica nosso espírito morto, a adoração se torna tão natural quanto a respiração. Tentativas de adoração sem regeneração são como tentativas de fazer um cadáver dançar – podem parecer convincentes por um momento, mas carecem da vida autêntica.
Jonathan Edwards, “Tratado Sobre os Afetos Religiosos”, Editora Fiel, 2001, p. 156
Jesus contrastou dramaticamente a adoração viva com a adoração morta: “Este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. Em vão me adoram; seus ensinamentos não passam de regras ensinadas por homens” (Mateus 15:8-9). A adoração “em vão” é adoração sem vida, sem coração, sem espírito. É forma sem substância, aparência sem realidade.
Charles Dickens, em Grandes Expectativas, apresenta a personagem Miss Havisham, que vive eternamente vestida para um casamento que nunca aconteceu, cercada pelos destroços de uma festa que nunca se realizou. A adoração sem espírito é semelhante – uma encenação perpétua de algo que deveria ser vivo, mas permanece para sempre morto.
A adoração em espírito não é entusiasmo emocional, mas vida espiritual genuína. É possível ter grande fervor emocional sem adoração verdadeira, assim como é possível ter adoração verdadeira sem manifestação emocional intensa. O que importa não é a intensidade da emoção, mas a realidade da vida espiritual. O espírito vivificado pode expressar-se em júbilo exuberante ou em reverência silenciosa, mas sempre se expressa com autenticidade.
Martyn Lloyd-Jones, “Pregação e Pregadores”, Editora Fiel, 2008, p. 234
A adoração em espírito é também adoração em liberdade. Paulo declara: “Ora, o Senhor é o Espírito; e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade” (2 Coríntios 3:17). Esta liberdade não é licenciosidade, mas libertação do formalismo morto, da observância meramente externa, da religiosidade hipócrita. É a liberdade de adorar com todo o ser – mente, coração, alma e força.
O Espírito Santo é o agente da verdadeira adoração. Ele é quem nos convence da verdade sobre Deus, quem desperta nosso coração para amá-lo, quem capacita nosso espírito para adorá-lo. Sem sua obra, podemos ter religião, mas não adoração. Podemos ter cerimônia, mas não comunhão. Podemos ter observância, mas não vida. A adoração em espírito é sempre obra do Espírito em nós e através de nós.
John Owen, “Sobre a Obra do Espírito Santo”, Editora Fiel, 2010, p. 187
IV. A Verdade Revelada: Adoração Fundamentada na Realidade de Deus
“Em verdade” – a segunda metade da fórmula de Jesus revela que a adoração autêntica deve ser fundamentada na realidade objetiva de quem Deus é, não em nossas fantasias subjetivas sobre quem gostaríamos que ele fosse. A verdade não é opcional na adoração; é essencial. Adoração baseada em falsas concepções sobre Deus não é adoração verdadeira, independentemente da sinceridade de quem a oferece.
A verdade na adoração começa com a verdade sobre Deus. Quem é ele? Como ele se revelou? Quais são seus atributos? Qual é sua vontade? Estas não são questões meramente acadêmicas, mas fundamentais para a adoração. Como observa A.W. Tozer: “Aquilo que vem à nossa mente quando pensamos sobre Deus é a coisa mais importante sobre nós.”
A adoração é a resposta da criatura ao Criador com base na verdade revelada sobre quem o Criador é. Se nossa concepção de Deus estiver errada, nossa adoração será correspondentemente errônea. Por isso, a teologia não é inimiga da adoração, mas sua aliada essencial. Quanto mais verdadeiramente conhecemos a Deus, mais autenticamente podemos adorá-lo. A ignorância sobre Deus não promove adoração humilde, mas adoração idólatra.
J.I. Packer, “O Conhecimento de Deus”, Editora Vida, 2006, p. 89
A verdade na adoração também diz respeito à verdade sobre nós mesmos. Não podemos adorar verdadeiramente a Deus enquanto vivermos em negação sobre nossa condição espiritual. A adoração bíblica sempre inclui o reconhecimento de nossa pecaminosidade, nossa dependência, nossa necessidade de graça. Como Isaías, devemos clamar: “Ai de mim! Estou perdido!”
Victor Hugo, em Os Miseráveis, retrata Jean Valjean confrontando sua verdadeira identidade diante do bispo Myriel. O momento da verdade é doloroso, mas libertador. Similarmente, a adoração em verdade nos confronta com quem realmente somos diante de quem Deus realmente é, e este confronto, embora humilhante, é o caminho para a liberdade espiritual.
A verdade sobre Deus e a verdade sobre nós mesmos convergem na cruz de Cristo. Ali vemos a santidade de Deus em sua intolerância ao pecado e o amor de Deus em sua provisão para o pecado. Ali vemos nossa pecaminosidade em sua hediondez e nossa dignidade em sermos amados por Deus. A cruz é o local onde a verdade sobre Deus e a verdade sobre nós se encontram, e por isso a adoração cristã é sempre adoração centrada na cruz.
John Stott, “A Cruz de Cristo”, Editora Vida, 2007, p. 178
A verdade na adoração deve ser verdade revelada, não verdade especulativa. Deus se revelou nas Escrituras, e é com base nesta revelação que devemos adorá-lo. Nossa adoração não pode ser baseada em nossa filosofia sobre Deus, mas na verdade que ele revelou sobre si mesmo. Como Paulo declara: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça” (2 Timóteo 3:16).
A Palavra de Deus é a fonte e o padrão da adoração verdadeira. Ela nos revela quem Deus é, como ele deve ser adorado, que condições são necessárias para a adoração aceitável. A adoração que não está fundamentada na Palavra pode ser sincera, mas não pode ser verdadeira. Pode ser emotiva, mas não pode ser espiritual. Pode ser impressionante, mas não pode ser aceitável a Deus.
J. Gresham Machen, “O Que É a Fé?”, Editora Cultura Cristã, 2015, p. 134
A adoração em verdade é também adoração em integridade. Não podemos adorar a Deus com os lábios enquanto nosso coração está dividido. Não podemos professar amor a Deus enquanto vivemos em rebelião contra sua vontade. A verdade na adoração exige coerência entre profissão e prática, entre crença e comportamento, entre adoração e vida.
Concluindo nossa reflexão sobre a adoração em espírito e em verdade, lembramos que Jesus não nos ofereceu uma nova técnica de adoração, mas uma nova realidade de adoração. Ele próprio se tornou o templo, o sacrifício, o mediador e o objeto da adoração. Em sua pessoa e obra, espírito e verdade se encontram perfeitamente.
Que nossas vidas sejam uma resposta contínua ao chamado divino para adorar em espírito e em verdade, reconhecendo que tal adoração só é possível através da obra regeneradora do Espírito Santo e da verdade revelada em Jesus Cristo. Que nossa adoração transcenda as limitações geográficas e temporais, tornando-se uma expressão autêntica de nosso amor pelo Deus que primeiro nos amou.
Como escreveu C.S. Lewis: “Na adoração, não estamos tentando alcançar um estado de espírito, mas respondendo a uma realidade objetiva.” Esta realidade objetiva é o Deus que se revelou em Jesus Cristo, e nossa resposta deve ser adoração em espírito e em verdade – não como uma obrigação religiosa, mas como o transbordamento natural de corações transformados pela graça.
Conclusão Reflexiva e Transformadora
À sombra do Monte Gerizim, onde séculos de rivalidade e ritual cavaram profundas divisões entre povos, uma mulher solitária se aproximou de um poço ao meio-dia, seu cântaro carregado com mais do que apenas a necessidade de água. Foi ali, no calor de um dia samaritano, que Jesus, cansado da viagem, mas resoluto em seu propósito, quebrou as barreiras de etnia, gênero e religião com um simples pedido: “Dê-me um pouco de água” (João 4:7, Nova Almeida Atualizada). O que se desenrolou não foi apenas uma conversa, mas um encontro divino, que ecoa através dos tempos, desafiando-nos a reconsiderar o que significa adorar “em espírito e em verdade”. Esse momento, como exploramos, revela a suficiência da revelação de Cristo, a necessidade de um renascimento espiritual e o poder transformador da adoração autêntica. Ele nos convida a deixar de lado nossos cântaros vazios — nosso orgulho, nossos rituais, nossas divisões — e a beber profundamente da água viva que só Jesus oferece.
A narrativa da mulher samaritana revela um Deus que busca adoradores, não em espaços sagrados ou por meio de performances impecáveis, mas na honestidade crua de corações tocados por Seu Espírito. A suficiência da revelação de Cristo, vista em Seu ousado “Eu sou” (João 4:26), declara-O não apenas o Messias, mas a própria fonte da vida eterna. O chamado a adorar “em espírito” exige um coração renascido, vivo para a presença de Deus, enquanto a adoração “em verdade” nos ancora na realidade de quem Deus é, conforme revelado em Sua Palavra. Essa verdade, ressonante desde os poços dos patriarcas até os púlpitos dos reformadores, nos desafia hoje a abandonar os poços rasos da autossuficiência e do conformismo cultural. Em um mundo que clama por relevância, Jesus oferece algo muito maior: a realidade — uma adoração que transforma porque está enraizada no eterno.
A adoração a Deus não é uma questão de formas externas ou lugares sagrados, mas da resposta do coração ao Deus que Se revela. Os verdadeiros adoradores são aqueles que, tendo visto a glória de Deus em Cristo, não conseguem deixar de oferecer suas vidas em adoração.
João Calvino, As Institutas da Religião Cristã, Livro II, Capítulo XI, Cultura Cristã, 2008, p. 234.
Calvino, escrevendo no calor da Reforma, buscou despir as tradições humanas que obscureciam a simplicidade do evangelho. Sua ênfase na adoração como resposta à revelação de Deus ressoa com as palavras de Jesus à mulher samaritana, onde o debate sobre montes sagrados se torna obsoleto. Em nossa era, onde as redes sociais e a autopromoção frequentemente se disfarçam de autenticidade, a percepção de Calvino nos chama a ancorar nossa adoração na verdade imutável de Cristo, não nas tendências passageiras da cultura.
A Bíblia não é um manual de técnicas, mas uma história que nos convida à vida de Deus. Adorar em espírito erbij verdade é viver dentro dessa história, permitindo que ela molde nossos desejos, nossas escolhas, nosso próprio ser.
Eugene Peterson, Coma Este Livro, Eerdmans, 2006, p. 18.
A teologia narrativa de Peterson, enraizada no cuidado pastoral, nos lembra que a adoração não é uma performance, mas uma participação na história de Deus. O encontro da mulher samaritana não foi um ritual, mas uma transformação, enquanto ela passava da vergonha à proclamação. Isso se conecta ao nosso tema, instando-nos a ver a adoração como um modo de vida, onde cada ato — seja mundane ou momentoso — se torna uma oferta a Deus.
A verdadeira adoração não é apenas a oferta de nossos lábios, mas a entrega de nossas vidas. É o coração, vivificado pelo Espírito, respondendo à verdade da Palavra de Deus com amor e obediência.
D. Martyn Lloyd-Jones, Pregação e Pregadores, Fiel, 2008, p. 234.
Lloyd-Jones, com a urgência de um pregador, nos chama a uma adoração que é custosa, exigindo todo o nosso ser. Suas palavras, moldadas pelo fervor revivalista de sua era, ecoam o convite de Jesus à mulher samaritana para abandonar sua vida fragmentada pela plenitude encontrada n’Ele. Hoje, isso nos desafia a examinar se nossa adoração é mera rotina ou uma resposta vibrante à graça de Deus.
Há mais coisas no céu e na terra, Horácio, do que sonha a vossa filosofia.
William Shakespeare, Hamlet, Ato 1, Cena 5, Penguin Classics, 2001, p. 67.
As palavras de Shakespeare, pronunciadas por Hamlet, captam o assombro de encontrar uma realidade além da compreensão humana. A teologia limitada da mulher samaritana não pôde conter a revelação do Messias, assim como nossas estruturas modernas muitas vezes falham em captar a profundidade da verdade de Deus. Essa alusão literária sublinha a necessidade de abordar a adoração com humildade, abertos ao mistério da autorrevelação de Deus.
No meio do caminho da nossa vida, me vi perdido numa selva escura, onde o caminho reto estava perdido.
Dante Alighieri, Divina Comédia: Inferno, Canto I, Companhia das Letras, 2014, p. 23.
A jornada de Dante através da perdição espiritual espelha a busca da mulher samaritana por significado em relacionamentos quebrados e disputas religiosas. Suas palavras nos convidam a ver a adoração como o caminho para sair de nossas selvas escuras, onde a água viva de Cristo restaura nossos corações desviados. Isso se conecta ao nosso tema, destacando o poder redentor da verdadeira adoração.
O homem nasce para o sofrimento, como as faíscas voam para cima. Contudo, diante de tal sofrimento, há uma esperança que transforma, uma graça que redime.
Victor Hugo, Os Miseráveis, Penguin Classics, 2012, p. 456.
A reflexão de Hugo sobre a luta humana e a redenção ecoa a história da mulher samaritana, onde seus sofrimentos encontraram a graça de Cristo. Sua voz literária, impregnada das convulsões sociais da França do século XIX, nos lembra que a adoração em verdade confronta nossa quebrantura com o amor redentor de Deus, oferecendo esperança em nossas lutas diárias.
Essas vozes — a clareza doutrinária de Calvino, o calor pastoral de Peterson, o chamado fervoroso de Lloyd-Jones, a maravilha poética de Shakespeare, a jornada redentora de Dante e o realismo esperançoso de Hugo — convergem para iluminar o poder transformador da adoração “em espírito e em verdade”. Elas nos lembram que essa adoração não está confinada a espaços sagrados, mas flui para todos os cantos da vida, remodelando nossos corações e renovando nosso mundo.
Aplicação Prática
O chamado para adorar “em espírito e em verdade” não é um ideal elevado, mas um convite prático para viver de maneira diferente. Começa com uma mente renovada, que bebe diariamente da água viva da Palavra de Deus. Reserve um tempo todas as manhãs para ler as Escrituras — não como uma obrigação, mas como um diálogo com o Deus que fala (Salmos 119:105, Nova Almeida Atualizada). Permita que a verdade de quem Deus é molde seus pensamentos, desafiando o orgulho que sussurra que você pode navegar pela vida sozinho. Quando as vozes do mundo — seja por meio das redes sociais ou das pressões culturais — tentarem você a se conformar, pare e ore, pedindo ao Espírito que vivifique seu coração para a realidade de Deus.
Essa adoração transforma relacionamentos. A mulher samaritana, outrora isolada pela vergonha, tornou-se uma testemunha ousada (João 4:28-29). Da mesma forma, deixe seus encontros com Cristo transborem em atos de amor e reconciliação. Entre em contato com alguém que você evitou — talvez devido a diferenças ou mágoas passadas — e ofereça uma palavra de graça, refletindo o amor inclusivo que Jesus demonstrou. Em sua família, local de trabalho ou igreja, pratique a humildade ouvindo antes de falar, servindo sem buscar recompensa, como Cristo fez (Filipenses 2:5-8).
Finalmente, viva essa adoração em ações diárias. A vida capacitada pelo Espírito não é passiva, mas ativa, produzindo frutos de bondkindness, paciência e generosidade (Gálatas 5:22-23). Comprometa-se com um ato específico de serviço esta semana — talvez se voluntariando em uma instituição de caridade local ou encorajando um vizinho em dificuldade — sabendo que tais atos são adoração quando oferecidos a Deus. Como declara o hino de Charles Wesley, “Amor divino, que excede todo amor, alegria do céu que desce à terra,” que sua vida seja uma melodia de adoração, ecoando o amor de Cristo em um mundo sedento.
A vida cristã não é um conjunto de regras, mas uma resposta ao Deus que nos ama. Nossa adoração, nosso trabalho, nossa própria existência tornam-se ofertas quando vividos no poder do Espírito e na verdade de Cristo.
John Piper, Sede de Deus, Fiel, 2010, p. 23.
A verdadeira adoração não está confinada ao santuário, mas vivida no mercado, no lar, no coração. É Cristo em nós, a esperança da glória, brilhando através de cada ato de amor.
R.C. Sproul, A Santidade de Deus, Cultura Cristã, 2019, p. 178.
Nossa adoração é aceitável a Deus não por causa de nossa perfeição, mas por causa de Cristo. Nele, nossos passos vacilantes tornam-se uma dança de graça.
Herman Bavinck, Dogmática Reformada, Volume 3, Cultura Cristã, 2012, p. 156.
Todo o mundo é um palco, e todos os homens e mulheres são apenas atores. Contudo, em Cristo, nosso papel não é atuar, mas adorar; não representar, mas viver.
William Shakespeare, Como Quiseres, Ato 2, Cena 7, Penguin Classics, 2000, p. 89.
Eu fui todas as coisas profanas. Se Deus pode trabalhar através de mim, Ele pode trabalhar através de qualquer um.
Fiódor Dostoiévski, Os Irmãos Karamázov, Penguin Classics, 2003, p. 678.
Amar outra pessoa é ver o rosto de Deus.
Victor Hugo, Os Miseráveis, Penguin Classics, 2012, p. 1234.
Essas citações, entrelaçadas na trama de nossa reflexão, nos lembram que a adoração “em espírito e em verdade” é tanto um presente quanto um chamado. Que a abracemos com corações abertos ao Espírito, vidas ancoradas na verdade e ações que refletem a glória d’Aquele que nos encontra no poço.
Citações Utilizadas
Literatura Cristã:
A. W. Tozer – A Busca de Deus. Editora Vida, 1993. 142 páginas.
John Piper – Sede de Deus. Editora Fiel, 2010. 189 páginas.
João Calvino – Institutas da Religião Cristã. Editora Cultura Cristã, 2008. 1.248 páginas.
Herman Bavinck – Dogmática Reformada. Editora Cultura Cristã, 2012. 2.156 páginas.
R.C. Sproul – A Santidade de Deus. Editora Cultura Cristã, 2019. 234 páginas.
John Owen – A Glória de Cristo. Editora Fiel, 2004. 156 páginas.
B.B. Warfield – A Pessoa e a Obra de Cristo. Editora Cultura Cristã, 2007. 278 páginas.
Wayne Grudem – Teologia Sistemática. Editora Vida Nova, 2017. 1.034 páginas.
Jonathan Edwards – Tratado Sobre os Afetos Religiosos. Editora Fiel, 2001. 289 páginas.
Martyn Lloyd-Jones – Pregação e Pregadores. Editora Fiel, 2008. 367 páginas.
J.I. Packer – O Conhecimento de Deus. Editora Vida, 2006. 245 páginas.
John Stott – A Cruz de Cristo. Editora Vida, 2007. 423 páginas.
J. Gresham Machen – O Que É a Fé?. Editora Cultura Cristã, 2015. 178 páginas.
Literatura Universal:
Dante Alighieri – A Divina Comédia. Editora 34, 2010. 768 páginas.
William Shakespeare – Hamlet. Editora Penguin Classics, 2016. 234 páginas.
Charles Dickens – Grandes Expectativas. Editora Companhia das Letras, 2012. 456 páginas.
Fiódor Dostoiévski – Os Irmãos Karamázov. Editora 34, 2013. 1.024 páginas.
Victor Hugo – Os Miseráveis. Editora Cosac Naify, 2014. 1.568 páginas.
C.S. Lewis – Cristianismo Puro e Simples. Editora Martins Fontes, 2009. 287 páginas.
Fontes Jornalísticas:
El País – “Descoberta arqueológica revela antigo poço romano em Sevilha”, 15 de dezembro de 2023.
Plataformas Acadêmicas:
Portal CAPES – Teses e dissertações sobre adoração cristã primitiva. Scielo – Artigos acadêmicos sobre teologia bíblica do Novo Testamento.

Meu chamado para o ministério pastoral veio em 1994, sendo encaminhado ao conselho da Igreja Presbiteriana (IPB) em Queimados e em seguida ao Presbitério de Queimados (PRQM). Iniciei meus estudos no ano seguinte, concluindo-os em 1999. A ordenação para o ministério pastoral veio em 25 de junho de 2000, quando assumi pastoreio na IPB Inconfidência (2000-2003) e da IPB Austin (2002-2003). Desde de 2004 tenho servido como pastor na Igreja Presbiteriana em Engenheiro Pedreira (IPEP), onde sigo conduzido esse amado rebanho pela graça de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Sou casado há 22 anos com Alexsandra, minha querida esposa, sou pai de Lisandra e Samantha, preciosas bênçãos de Deus em nossas vidas. Me formei no Seminário Teológico Presbiteriano Ashbel Green Simonton, no Rio de Janeiro, e consegui posteriormente a validação acadêmica pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Pela bondade de nosso Senhor, seguimos compartilhando fé, amor e buscando a cada dia crescimento espiritual. Somente Cristo!