JESUS, O NAZARENO: O CENTRO DE TODA ESCRITURA.

Atos 2:22 revela: Jesus, o Nazareno, é o centro da Escritura. Busque-o em cada página para transformação, não só erudição teológica. Aprofunde-se em Cristo.

JESUS, O NAZARENO: O CENTRO DE TODA ESCRITURA.

“Varões israelitas, atendei a estas palavras: Jesus, o Nazareno…” Atos dos Apóstolos 2.22.

“O evangelho não é uma doutrina entre outras, nem apenas a porta de entrada para a fé cristã. O evangelho é o centro, a fonte, o coração pulsante da vida cristã. Tudo mais que cremos e fazemos deriva de quem Cristo é e do que Ele fez. Quando perdemos esse foco, ainda podemos falar de Deus, mas já não falamos do evangelho.”

Michael S. Horton, Cristianismo Centrado em Cristo, p. 87.

Certa vez, o teólogo Karl Barth foi questionado sobre qual seria a mais profunda verdade teológica que havia descoberto em seus anos de estudo. A resposta surpreendeu pela simplicidade: “Jesus me ama, disso eu sei, pois a Bíblia me diz.” Esta afirmação simples ilustra uma verdade poderosa: no centro de toda a complexidade da Escritura, no coração de cada página da revelação divina, encontramos uma pessoa – Jesus, o Nazareno. Como nos revela o testemunho de muitos pastores, uma preocupação recorrente invade frequentemente seus pensamentos, especialmente nas horas silenciosas da noite: “Será que estou enxergando e ensinando Cristo em toda a Escritura e a partir desta?”

É uma realidade preocupante que podemos estudar as Escrituras sem ter Cristo como nosso foco. Podemos desenvolver sistemas teológicos sofisticados, elaborar exegeses minuciosas e nos orgulhar de compreender a Bíblia de maneira bastante sistemática. No entanto, ao fazer isso, corremos o sério risco de nos encantarmos pelo próprio método em vez de enxergar a Cristo na Palavra. Nossa teologia pode se tornar um fim em si mesma, um exercício intelectual que, embora impressionante, perde seu propósito central.

O sermão de Pedro em Pentecostes nos oferece um modelo poderoso. Quando ele se dirige à multidão reunida em Jerusalém, começa com uma convocação autoritativa: “Varões israelitas, atendei a estas palavras”. E então, observe o que imediatamente se segue: “Jesus, o Nazareno…” Esta sequência não é acidental, mas profundamente intencional. Pedro não inicia seu discurso apelando ao que o povo pensava que precisava, nem apresentando todos os benefícios práticos do Evangelho. Ele não embarca em explicações de um conjunto de doutrinas ou em demonstrações de uma série de proposições teológicas abstratas. Em vez disso, ele procede diretamente a dizer quem Jesus é, por que Jesus veio e o que Jesus fez.

O ensino de Pedro era direcionado ao coração, enraizado na graça e concentrado em Cristo. Este tipo de pregação cristocêntrica tem um custo – um custo que nem todos estão dispostos a pagar. É bem mais fácil e muitas vezes mais popular discorrer sobre questões da atualidade, problemas sociais contemporâneos ou tópicos que atraem a atenção imediata do ouvinte, do que verdadeiramente conhecer e proclamar a Cristo em toda a sua glória e exigência.

Ironicamente, mesmo nas igrejas que têm a Bíblia em alta consideração, frequentemente achamos mais confortável falar das nossas doutrinas favoritas, de nossas posições teológicas distintas, do que do Cristo que muitas vezes nos deixa desconfortáveis e desafia nossos estilos de vida. A teologia sem Cristo no centro torna-se mera filosofia religiosa. No entanto, a coisa difícil a fazer é também a coisa certa. Que terrível desperdício de energia é alcançar percepções ou fornecer instruções sobre quase todas as coisas menos a história salvífica de Jesus!

O reformador Martinho Lutero afirmou que “toda a Escritura aponta para Cristo”. Ele compreendeu que o foco e o cumprimento da Escritura se encontram em Cristo. O verdadeiro teste de quão profundamente a Palavra de Deus está habitando em nós não é a nossa habilidade de articular a história bíblica em uma sentença elegante; antes, é nossa capacidade de ver Jesus em toda a Escritura. Ele não é apenas o início da fé cristã, mas a totalidade dela. Do Gênesis ao Apocalipse, a história da redenção revela Cristo como seu protagonista.

“Toda a Escritura, tanto o Antigo quanto o Novo Testamento, testifica de Cristo. Isso não significa apenas que Ele é prefigurado ou prometido, mas que Ele é o assunto da Escritura. Ele é a Palavra viva que dá significado à palavra escrita. Ler a Bíblia sem ver Cristo é como observar um mapa sem entender para onde ele aponta.”

Herman Bavinck, Dogmática Reformada, Vol. 1, p. 356.

O cristianismo não é primariamente um sistema de pensamento, um código moral ou uma tradição religiosa – é uma relação com uma pessoa, Jesus Cristo. O Antigo Testamento O antecipa, os Evangelhos O revelam, e as Epístolas O explicam. Como afirmou C.S. Lewis: “Toda a história desce e sobe, desce pela Encarnação e sobe pela Ascensão.” No centro dessa história está Jesus de Nazaré.

O chamado que ressoa através do sermão de Pedro em Pentecostes continua a ecoar hoje: tenha como objetivo aprofundar-se em Cristo, e não ir além dele. Em um mundo de distrações infinitas, onde mesmo o estudo bíblico pode se transformar em um exercício mecânico ou intelectual distante do seu propósito original, precisamos constantemente reorientar nosso foco para Jesus, o Nazareno. Ele é a lente através da qual toda a Escritura deve ser lida e compreendida.

Ao abrir sua Bíblia hoje, pergunte-se: “Estou buscando primariamente informação ou transformação? Estou mais interessado em conhecimento teológico ou em conhecer mais profundamente a Cristo?” Permita que seu estudo bíblico seja uma jornada de descoberta contínua de Jesus em todas as partes da Escritura.

Examine sua vida espiritual e seu testemunho cristão. Se você fosse chamado a falar sobre sua fé, como Pedro, começaria com doutrinas, práticas religiosas, questões contemporâneas – ou iria direto ao coração da mensagem: “Jesus, o Nazareno”?

Comprometa-se a cultivar uma leitura cristocêntrica da Escritura. Ao ler o Antigo Testamento, busque as sombras e tipos que apontam para Cristo. Nos Evangelhos, veja não apenas seus ensinamentos éticos, mas sua pessoa e obra. Nas Epístolas, perceba como cada doutrina está fundamentada em quem Cristo é e no que Ele realizou.

Senhor Jesus, confessamos que muitas vezes buscamos conhecimento sobre Ti, sem realmente buscar conhecer-Te. Perdoa-nos por transformar Tua Palavra em um exercício acadêmico quando deveria ser um encontro transformador. Espírito Santo, revela-nos Cristo em toda a Escritura. Que cada página que lemos nos aproxime mais do coração de Jesus. Que possamos, como Pedro, ter a coragem de proclamar não opiniões ou teorias, mas a pessoa viva de Cristo, o Nazareno, que morreu por nós e ressuscitou para nossa justificação. Dá-nos fome de conhecer a Cristo, e a este crucificado e ressurreto. Em nome de Jesus, amém.

Somente Cristo! Pr. Reginaldo Soares.

Meu chamado para o ministério pastoral veio em 1994, sendo encaminhado ao conselho da Igreja Presbiteriana (IPB) em Queimados e em seguida ao Presbitério de Queimados (PRQM). Iniciei meus estudos no ano seguinte, concluindo-os em 1999. A ordenação para o ministério pastoral veio em 25 de junho de 2000, quando assumi pastoreio na IPB Inconfidência (2000-2003) e da IPB Austin (2002-2003). Desde de 2004 tenho servido como pastor na Igreja Presbiteriana em Engenheiro Pedreira (IPEP), onde sigo conduzido esse amado rebanho pela graça de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Sou casado há 22 anos com Alexsandra, minha querida esposa, sou pai de Lisandra e Samantha, preciosas bênçãos de Deus em nossas vidas. Me formei no Seminário Teológico Presbiteriano Ashbel Green Simonton, no Rio de Janeiro, e consegui posteriormente a validação acadêmica pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Pela bondade de nosso Senhor, seguimos compartilhando fé, amor e buscando a cada dia crescimento espiritual. Somente Cristo!

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Rafael Castro

Somente em Cristo encontramos o verdadeiro significado para todas as coisas.

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