MÃES QUE ERRAM: A beleza da imperfeição.

Mães que erram não são fracassadas, mas instrumentos da graça de Deus. Descubra como a imperfeição pode revelar o amor e a fidelidade divina.

MÃES QUE ERRAM: A beleza da imperfeição.

Uma mãe olha para o vaso quebrado no chão. Seu filho de quatro anos, com olhos arregalados, espera pela reação. Naquele momento crucial, ela lembra das inúmeras vezes que já havia advertido: “Não corra dentro de casa!” As palavras duras quase escapam por entre os lábios, quando ela se recorda de suas próprias falhas daquela manhã. Assim são as mães que erram – humanas, imperfeitas, lutando para equilibrar graça e disciplina enquanto formam vidas que não lhes pertencem.

A santa imperfeição

Existe um mito silencioso que assombra as mães cristãs: a expectativa de perfeição. Como se a salvação em Cristo automaticamente transformasse mulheres imperfeitas em educadoras infalíveis. A verdade, porém, é que mães que erram são exatamente o que Deus usa para demonstrar Sua suficiente graça.

“O que é certo nessa equação toda é que: as mães sempre erram em algum momento!!! Salvo as exceções, mãe alguma erra buscando o mal para seu filho, seja ela cristã ou não!” Esta perspectiva nos liberta da ilusão perigosa da perfeição maternal. As mães que erram não erram por falta de amor, mas justamente porque amam intensamente – às vezes com zelo excessivo, outras vezes com complacência desmedida.

A Escritura nos ensina em Deuteronômio 6:6-7: “Estas palavras que hoje te ordeno estarão no teu coração; tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te.” Note que o mandamento divino não garante resultados imediatos nem perfeição no processo. Deus ordena a fidelidade, não exige infalibilidade.

Quando tentamos produzir filhos crentes por nossas próprias forças, caímos na armadilha da autossuficiência. Mães que erram frequentemente confiam “em si mesmas, em seus ensinos, nas técnicas que aprenderam, nas técnicas que aplicam…” Na tentativa desesperada de acertar, ironicamente, erram outra vez – erram por confiar em si mesmas e não na graça soberana.

A graça que transcende os erros

Mães que erram estão em boa companhia bíblica. Pensemos em Rebeca, que favoreceu Jacó e manipulou a bênção paterna. Em Bate-Seba, que se tornou parte de uma história de adultério. Até mesmo em Sara, que riu da promessa divina. Nenhuma delas era perfeita, mas todas faziam parte do plano perfeito de Deus.

“Mães anunciam o Evangelho a seus filhos e filhas, mas é Deus quem salva” A salvação é obra da graça, não resultado de uma maternidade impecável. Existem “filhos ímpios de pais ímpios… filhos cristãos de pais ímpios… filhos ímpios de pais cristãos” e, pela graça de Deus, “filhos cristãos de pais cristãos.”

Cultivando uma maternidade em Graça

Se você é uma mãe que carrega o peso da perfeição, permita-me convidá-la a abraçar a liberdade de ser uma das mães que erram. Não para justificar negligência ou desobediência às instruções divinas, mas para reconhecer que a perfeição nunca foi o requisito para ser usada por Deus.

Quando seu filho desobedecer, não veja isso como evidência do seu fracasso, mas como uma oportunidade para demonstrar a graça que você mesma recebeu. “Não espere que seus filhos, em sua tenra idade, compreendam coisas que, se não fosse pela graça, nem nós mesmos compreenderíamos.”

Cumpra suas responsabilidades – ensine a Palavra (Dt 6:6-7), discipline com sabedoria (Hb 12:6-7), ame (Tt 2:4), não irrite (Ef 6:4) – mas entregue a Deus o que pertence somente a Ele: a mudança do coração. Mães que erram são justamente aquelas que, conscientes de sua insuficiência, dependem totalmente da suficiência divina.

Senhor Deus, que em tua perfeita sabedoria usas mães que erram para edificar teu Reino, concede-nos a humildade para reconhecer nossas limitações e a fé para confiar em tua graça ilimitada. Obrigado porque não dependes de nossa perfeição para realizar teus propósitos. Ensina-nos a amar nossos filhos como tu nos amas: com graça imerecida, disciplina amorosa e infinita paciência. Ajuda-nos a mostrar a eles quem realmente somos – pecadores salvos pela graça – e quem Tu és – o Salvador perfeito que ama apesar de nossas imperfeições. Em nome de Jesus, amém.

Somente Cristo! Pr. Reginaldo Soares.

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Meu chamado para o ministério pastoral veio em 1994, sendo encaminhado ao conselho da Igreja Presbiteriana (IPB) em Queimados e em seguida ao Presbitério de Queimados (PRQM). Iniciei meus estudos no ano seguinte, concluindo-os em 1999. A ordenação para o ministério pastoral veio em 25 de junho de 2000, quando assumi pastoreio na IPB Inconfidência (2000-2003) e da IPB Austin (2002-2003). Desde de 2004 tenho servido como pastor na Igreja Presbiteriana em Engenheiro Pedreira (IPEP), onde sigo conduzido esse amado rebanho pela graça de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Sou casado há 22 anos com Alexsandra, minha querida esposa, sou pai de Lisandra e Samantha, preciosas bênçãos de Deus em nossas vidas. Me formei no Seminário Teológico Presbiteriano Ashbel Green Simonton, no Rio de Janeiro, e consegui posteriormente a validação acadêmica pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Pela bondade de nosso Senhor, seguimos compartilhando fé, amor e buscando a cada dia crescimento espiritual. Somente Cristo!

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