Submetendo nossos desejos ao propósito divino.

Como submeter seus desejos à vontade de Deus, seguindo o exemplo de Cristo, o desafio de dizer "Tua vontade seja feita".

Submetendo nossos desejos ao propósito divino.

“Agora a minha alma está angustiada, e o que direi? “Pai, salva-me desta hora”? Não, pois foi precisamente com este propósito que eu vim para esta hora.” João 12:27.

Quando nossa vontade encontra o propósito divino

A passagem de João 12:27 nos transporta para um dos momentos mais intensos da vida terrena de Jesus. Com a sombra da cruz se aproximando, o Salvador expressa a angústia de sua alma humana. Este momento revela não apenas a humanidade genuína de Cristo, mas também seu compromisso inabalável com a vontade de Deus acima de seus próprios desejos naturais.

No contexto histórico, Jesus estava alcançando o momento crucial de sua jornada. A “hora” mencionada refere-se ao momento culminante de sua missão redentora, o tempo determinado para seu sacrifício. Como verdadeiro homem, Jesus sentia a natural aversão ao sofrimento, mas como Filho obediente, reconhecia que a vontade divina devia prevalecer.

João Calvino, refletindo sobre esta passagem, observa profundamente:

“Agora, se os sentimentos de Cristo, que eram livres de todo o pecado, precisaram ser contidos nessa questão, devemos colocar em prática esse elemento com seriedade, uma vez que as inúmeras afeições que brotam de nossa carne são, muitas delas, inimigas de Deus em nós!” (João Calvino, As Institutas da Religião Cristã, Livro III, Capítulo VIII, Seção 10)

Esta observação destaca o contraste entre a luta de Jesus e a nossa. Se Cristo, sem pecado, precisou submeter-se, quanto mais nós necessitamos desse exercício espiritual! Nossa natureza, contaminada pelo pecado, frequentemente se rebela contra a vontade suprema de Deus.

A Escritura nos ensina em vários lugares sobre esta necessária submissão. Jesus nos ensinou a orar: “Seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu” (Mateus 6:10). Paulo exorta: “Transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Romanos 12:2).

Em nossa vida cotidiana, enfrentamos continuamente esta tensão. Quando recebemos um diagnóstico médico desafiador, quando um relacionamento significativo se rompe, quando oportunidades profissionais desaparecem – nestes momentos, como em tantos outros, somos chamados a dizer como Jesus: “Não seja feito como eu quero, mas como tu queres” (Mateus 26:39).

Jonathan Edwards, o grande teólogo puritano, captou esta verdade ao escrever:

“A verdadeira submissão é a submissão do coração. É a submissão de toda a alma.” Jonathan Edwards, Obras Completas, Volume II, p. 123.

Nossa luta para aceitar a vontade soberana de Deus é comparável a um jardim que precisa ser constantemente cultivado. As ervas daninhas de nossos desejos egoístas continuamente brotam, exigindo nossa vigilância e trabalho diligente. No entanto, cada ato de submissão produz frutos de paz e confiança. Quando aprendemos a dizer “Tua vontade seja feita”, descobrimos o caminho para a verdadeira liberdade.

Cultivando a submissão à vontade divina

Como podemos, na prática, submeter nossas vontades à vontade soberana de Deus?

Reconheça honestamente seus desejos e medos. Jesus não negou sua angústia – Ele a expressou abertamente diante do Pai. Traga suas lutas para Deus em oração sincera, admitindo tanto seus desejos quanto sua necessidade de submissão.

Desenvolver o hábito de meditar e memorizar as Escrituras fortalecerá sua fé e moldará sua mente segundo a vontade de Deus. Quando nos deparamos com situações que desafiam nossa submissão ao Senhor, a Palavra armazenada em nosso coração age como uma bússola, corrigindo nossos pensamentos e emoções. O salmista declarou: “Guardei no coração a tua palavra para não pecar contra ti” (Salmo 119:11), mostrando que a verdade de Deus internalizada nos sustenta em momentos de tentação e dúvida. Em vez de confiarmos em nossas emoções instáveis ou em conselhos superficiais, somos ancorados pela revelação divina, que nos lembra que os planos de Deus são sempre bons, mesmo quando não os compreendemos completamente. Assim, ao alimentar continuamente nossa mente com as Escrituras, aprendemos a confiar e nos alegrar na vontade soberana de Deus, transformando nossa luta em submissão e paz.

Pai Celestial, reconhecemos que tua vontade é perfeita, mesmo quando não a compreendemos. Como Jesus, ajuda-nos a submeter nossos desejos aos teus propósitos eternos. Transforma nossa resistência em rendição, nossa ansiedade em paz, e nossas vontades em harmonia com a tua vontade soberana. Por Cristo, amém.

Somente Cristo! Pr. Reginaldo Soares.

Meu chamado para o ministério pastoral veio em 1994, sendo encaminhado ao conselho da Igreja Presbiteriana (IPB) em Queimados e em seguida ao Presbitério de Queimados (PRQM). Iniciei meus estudos no ano seguinte, concluindo-os em 1999. A ordenação para o ministério pastoral veio em 25 de junho de 2000, quando assumi pastoreio na IPB Inconfidência (2000-2003) e da IPB Austin (2002-2003). Desde de 2004 tenho servido como pastor na Igreja Presbiteriana em Engenheiro Pedreira (IPEP), onde sigo conduzido esse amado rebanho pela graça de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Sou casado há 22 anos com Alexsandra, minha querida esposa, sou pai de Lisandra e Samantha, preciosas bênçãos de Deus em nossas vidas. Me formei no Seminário Teológico Presbiteriano Ashbel Green Simonton, no Rio de Janeiro, e consegui posteriormente a validação acadêmica pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Pela bondade de nosso Senhor, seguimos compartilhando fé, amor e buscando a cada dia crescimento espiritual. Somente Cristo!

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